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Caso dos comandos: em causa falsificação de documento e insubordinação

por Sandra Felgueiras

Há novos e importantes dados no Caso que investiga as duas mortes no fatídico curso 127 dos Comandos. Descobrimos que o guião da prova fatal entregue à procuradora Cândida Vilar não é o original.

A falsificação do documento foi feita já depois de Hugo Abreu ter morrido. O que sempre esteve, na verdade, estipulado era que os instruendos bebessem três cantis, ou seja, três litros de água. O que passou a constar, mas nunca aconteceu, era que deveriam ter bebido cinco litros.

Certo é que entre as 9h30 da noite e a hora de almoço, com 42 graus, cada instruendo teve ordem para beber sete tampas que, todas juntas, não perfazem uma garrafa pequena de 25 cl.

Esta alteração incriminou diretamente dois dos nove arguidos neste caso, o diretor da prova e o médico do curso. E iliba as patentes mais altas na cadeia de comando: coronel Dores Moreira e tenente-general Faria Meneses.

Mas os dois estão agora envolvidos num novo incidente. Faria Meneses garantiu por escrito à procuradora que mandou cancelar toda a instrução após a morte de Hugo Abreu.

Se isso for verdade, Dores Moreira terá cometido um crime de insubordinação. É que a realidade demonstra que a prova continuou mesmo, e até provocou mais quatro feridos que tiveram de ser internados.
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