Defesa de Sócrates não vai ter acesso imediato à investigação

por Ana Sofia Rodrigues - RTP
Tiago Petinga - Lusa

Os advogados de José Sócrates emitiram um comunicado onde adiantam que o procurador Rosário Teixeira recusou acesso imediato aos autos do processo “Operação Marquês”, em resposta ao requerimento ontem apresentado por João Araújo e Pedro Delille.

Na nota enviada, os advogados do antigo primeiro-ministro informam que o procurador invoca a “susceptibilidade de ser pedida a aclaração” do Acórdão da Relação de Lisboa, que tinha quinta-feira determinado o fim do segredo de justiça interno do processo desde 15 de abril. Decisão que permitiria aos advogados aceder aos autos da investigação.
José Manuel Levy, Miguel Teixeira - RTP
“Expediente dilatório totalmente infundado”
As palavras dos advogados de defesa de José Sócrates são, novamente, duras para com o procurador responsável pelo inquérito relacionado com a “Operação Marquês”.

João Araújo e Pedro Delille falam de um expediente dilatório totalmente infundado e ilegal, que confirma a pertinente referência feita no Acórdão a propósito da possibilidade de defesa do arguido: “que não seja vítima dos truques e de uma estratégia do investigador”, lê-se no comunicado.

Referem ainda que na resposta do procurador ao requerimento apresentado pela defesa de Sócrates, Rosário Teixeira “não se preocupa, sequer, em esclarecer qual a dúvida que tem ou qual a aclaração que pretende. E esquece que a lei apenas permite a aclaração que “não importe modificação essencial” do decidido”.

A RTP tentou obter esclarecimentos da Procuradoria-Geral da República, mas não foi enviada até ao momento nenhuma resposta.

José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito, tendo ficado preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora.

A medida de coação foi alterada para prisão domiciliária, com vigilância policial, a 5 de setembro.
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