Isabel Coutinho demite-se de presidente das Mulheres Socialistas

por Lusa

A presidente do Departamento Nacional de Mulheres Socialista, Isabel Coutinho, apresentou hoje a sua demissão do cargo na sequência do processo de escolha dos candidatos a deputados pelo PS, no qual se considerou excluída e desrespeitada.

"Volvido cerca de um ano e meio sobre as eleições do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, é hoje chegado o momento de pôr termo ao mandato que as mulheres socialistas democraticamente me conferiram. Apesar de ter afirmado que não o fazia, na defesa intransigente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas e no respeito pelo mandato conferido pelas eleições, não encontro neste momento e mediante o desrespeito demonstrado, qualquer sentido para manter a liderança", refere em comunicado a antiga deputada do PS pelo círculo eleitoral de Braga.

No mesmo comunicado, Isabel Coutinho salienta que mereceu a "confiança de cerca de 80 por cento das mulheres que constituem o departamento" e que no seu mandato se fez história ao constituir-se "uma lista verdadeiramente paritária aquando das eleições europeias de 2014".

"Demito-me não por sentir não mais ter o apoio e reconhecimento da maioria das mulheres que integram o departamento, mas sim por não ter sido este órgão merecedor do necessário respeito institucional por parte do secretário-geral [do PS, António Costa], situação que inequivocamente me impede de poder continuar a exercer as funções que me foram conferidas pelas militantes. A forma como o DNMS foi, ao longo dos últimos meses, sucessivamente desconsiderado é a prova real de que as convicções e a defesa dos princípios se pagam com indiferença e exclusão", acentua na sua carta.

Para Isabel Coutinho, essas "desconsiderações encetaram-se com um ataque imoral à legitimidade do órgão, procurando ferir a sua autonomia".

"Foram vários os momentos em que a representatividade institucional não foi respeitada. E todo este processo teve o seu apogeu no processo de feitura das listas à Assembleia da República que, a meu ver, é inaceitável", acrescentou.

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