Forças militares da NATO mostram-se prontas para qualquer cenário de conflito

por Nuno Patrício, Pedro A. Pina - RTP
Exercício de desembarque na península de Tróia Pedro A. Pina - RTP

Nas últimas semanas as forças militares nacionais têm participado em várias operações conjuntas, com os 30 países pertencentes à Aliança Atlântica.

Estas operações visam o treino, mas também demonstrar que a NATO está mais pronta que nunca para eventuais cenários de conflito, que comprometam as fronteiras dos países aliados.Operação NATO Tridente Juncture 2015
Totalizam mais de 36 mil militares, de todos os ramos e dos 30 países que pertencem ao Tratado do Atlântico Norte (NATO).

O exercício “Trident Juncture 2015”, que teve início a 3 de outubro, contou com a participação de mais de 70 meios navais, mais de 1000 meios aéreos e forças terrestres, operados por cerca de 36 mil militares.

Portugal, Espanha e Itália são os países anfitriões que acolhem esta vasta operação até ao dia 6 de novembro.

Desta forma, o Sul da Europa evidencia os seus interesses estratégicos, que passam, nomeadamente, pela estabilidade na margem Sul do Mediterrâneo, na conturbada área do Sahel, no complicado puzzle de problemas - narcotráfico, pirataria, emigração ilegal e terrorismo - em que se está a transformar o Golfo da Guiné ou na delicada evolução da Líbia.

Há que juntar ao já referido, os desenvolvimentos no Iraque e na Síria, nomeadamente as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, com grande impacto na opinião pública e nas autoridades dos Estados Unidos em Washington.

Portugal apresenta-se com seis mil militares dos diferentes ramos, sendo Santa Margarida o posto de comando das operações militares terrestres.

Para além deste posto, Beja e Tróia são também locais onde se concentra grande parte das tropas, sendo estes destinados ao reforço e apoio aéreo e marítimo respectivamente.

Considerado o maior exercício militar desde 2002, o “Trident Juncture 2015” foi constituído por duas fases: o exercício de Postos de Comando (CPX), que decorreu até 16 de outubro, e o exercício com Forças (LIVEX), entre 21 de outubro e 06 de novembro.

Além dos militares que participam diretamente no exercício, 940 fazem parte da nova Força de Resposta da NATO (NRF) para 2016.

Portugal disponibilizará ainda mais 3000 militares que funcionarão como forças de apoio (Host Nation Support), totalizando em cerca de 6000 os efetivos portugueses envolvidos neste exercício.

Segundo o Estado-Maior-General das Forças Armadas, os exercícios aéreos concentrar-se-ão em Itália, os terrestres em Espanha, e em Portugal decorrerá maioritariamente a componente marítima.

Jens Stoltenberg (secretário-geral da NATO) referiu-se à operação Tridente 2015 como o “maior e mais ambicioso exercício da NATO em mais de uma década”.

Este exercício visa também mostrar e demonstrar a outras potências militares, como a Rússia ou guerrilhas emergentes como o Estado Islâmico, que a NATO está preparada para eventuais palcos de conflito em qualquer parte do mundo.
Tróia foi invadida pelas forças aliadas da NATO
Esta quinta-feira, 5 de Novembro decorreu a maior e a mais representativa demonstração à imprensa nacional e internacional de como a NATO está ao nível naval.

Está a decorrer em Portugal o exercício da Nato já designado como o maior e mais ambicioso desde o fim da “Guerra Fria.”

A Operação militar "Trident Juncture" da NATO juntou mais de 36 mil militares dos 30 países que fazem parte da Aliança Atlantica.



A zona do estuário de Tróia foi o palco ideal para a atuação de um simulacro de desembarque real de forças militares apoiadas por barcos da navios da marinha inglesa, meios aéreos, contando também com a presença da fragata NRP Vasco da Gama.

A demonstração militar contou com a presença do chefe de Estado português Aníbal Cavaco Silva, o ministro da Defesa Nacional Aguiar Branco, o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg, bem como muitos outros elementos ligados à hierarquia militar.

Perante uma vasta plateia de vários representantes militares da NATO, o exercício começou com uma demonstração militar em que cinco fuzileiros da marinha portuguesa assaltam um navio através de um helicópetro Westland Lynx Mk95 pertencente à fragata Vasco da Gama, seguidos de um grupo de uma equipa holandesa de elementos ligádos à desativação de deteção de material bio-químico e /ou nuclear.

Por fim as areias finas da península de Tróia serviram para acolher uma demonstração musculada de várias forças anfíbias apoiadas por meios aéreos, mecanizados e humanos que mostraram como os vários elementos ligados à Aliança Atlântica estão interligados e com um bom funcionamento de operabilidade entre forças, num suposto ataque terreste via marítima.

A operação da NATO Tridente Juncture termina esta sexta-feira, dia 6 de novembro, estando já as forças da Aliança Atlântica a preparar um novo grupo de Reação e Força Nato para começar a atuar a partir do próximo ano.
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