O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) criticou, esta semana, os ataques dos ambientalistas contra a indústria petrolífera. Em resposta aos comentários de Mohammed Barkindo, Greta Thunberg e outros ativistas agradeceram a “honra” de considerarem as suas campanhas a “maior ameaça” para o setor de combustíveis fósseis.
O responsável pela OPEP disse ainda que com a crescente frequência das catástrofes climáticas, maioritariamente associadas às alterações climáticas, tem havido “uma crescente mobilização de massa da opinião mundial (…) contra o petróleo”.
"A sociedade civil está a ser enganada ao acreditar que o petróleo é a causa das alterações climáticas”, acrescentou.
Para os ativistas, estas críticas foram recebidas como um elogio e uma prova de que a opinião pública está a virar-se contra os combustíveis fósseis.
“A OPEP referiu-se ao movimento grevista e aos ativistas climáticos como a sua ‘maior ameaça’. Obrigado! É o maior elogio que recebemos até agora!”, escreveu no Twitter a ativista sueca de 16 anos, Greta Thunberg.
“There is a growing mass mobilisation of world opinion... against oil" and this is "perhaps the greatest threat to our industry".
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) 4 de julho de 2019
OPEC calls the school strike movement and climate campaigners their “greatest threat”.
Thank you! Our biggest compliment yet!https://t.co/f3anMLo4XX
Holly Gillibrand, uma das primeiras estudantes britânicas a juntar-se às greves pelas alterações climáticas, respondeu também aos comentários da OPEP, sublinhando que tais críticas provam que as campanhas estão a ter “impacto” e que não vão acabar.
Brilliant! Proof that we are having an impact and be sure that we will not stop. We will continue to be their "greatest threat" until the fossil fuels are kept in the ground. https://t.co/edy9D2MeJ3
— Holly Gillibrand (@HollyWildChild) 4 de julho de 2019
O problema, para o secretário-geral da OPEP, é que esta campanha contra indústria do petróleo está a pôr em causa a reputação das empresas do setor petrolífero e começa “a ditar políticas e decisões das empresas, incluindo investimentos na indústria”.
No entanto, no seu comunicado, Mohammed Barkindo disse que a organização considera que “esta indústria é parte da solução para o flagelo das alterações climáticas".
Os cientistas têm alertado, a nível mundial, para a urgência da redução drástica de emissões de gases com efeito estufa, que em grande parte são resultado da queima de combustíveis fósseis para energia, incluindo o petróleo.
A OPEP é composta por 14 países com 80 por cento das reservas de petróleo do mundo, e ainda 10 países parceiros, e pretende expandir a produção, o que não contribui para reduzir, ou desacelerar, o aquecimento global.