Política
Autárquicas 2025
Vinhais: Uma terra dos diabos
A expressão "Uma Terra dos Diabos" é dada por causa de uma tradição na quarta feira de cinzas que se transformou num evento denominado "Mil Diabos à Solta" que leva a Vinhais milhares de pessoas no início da quaresma católica.
Fotos: CMV e Fornstudio
O concelho é apontado como o que mais envelheceu nos últimos quatro anos. Quase metade da população tem mais de 65 anos (dados da PORDATA). Isso nota-se bem em qualquer uma das aldeias integradas nas 26 freguesias rurais. Cada vez mais despovoadas e as poucas que lá vivem são idosos. Há 40 anos, por exemplo, estudavam no concelho cerca de 2000 alunos, hoje são 445 e no 12º há apenas 12.
Falta gente e as soluções apontadas para atrair pessoas passam pelas possibilidades de o poder político criar empresas que tragam gente de fora e também por ligações a Espanha, à Godinha, onde a cerca de 40 quilómetros passa a A42 (uma das mais movimentadas autoestradas de Espanha que liga o país vizinho à capital Madrid e à Europa e o TGV espanhol). Outra solução seria a criação de uma zona franca perto da fronteira da aldeia da Moimenta para criação dessas empresas.
Vinhais, esta Terra dos Diabos é também a Capital do Fumeiro com os enchidos certificados de porco bísaro que levam o nome e o sabor ao mundo. A castanha é o principal ativo agrícola que movimenta cerca de 15 milhões de euros anualmente. A produção de bovinos, ovinos caprinos e de suínos bísaros complementa uma produção agrícola da qual vive, a grande parte dos cerca de 7700 habitantes.
O turismo é outro dos atrativos de um concelho que tem grande parte no Parque Natural de Montesinho e onde está um Parque Biológico que leva gente, todo o ano à vila transmontana.
Este acentuado envelhecimento e por consequência um despovoamento generalizado do concelho, que por aqui se diz só poderá ser revertido com a intervenção do governo central, é hoje a pior leitura que se pode fazer de um presente com um futuro ameaçado.
Quem cá vive gosta de cá viver, mesmo nas aldeias de montanha mais afastadas da sede de concelho, onde tudo se faz com calma e onde a genuinidade dos produtos agrícolas e do ar puro deixam espaço para viver mais intensamente a vida que também se sente mais no tempo que passa mais devagar.