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Conversa Capital com João Leão, Ministro de Estado e das Finanças

por Antena1

Foto: Antena1

O ministro das Finanças garante que "custe o que custar" os apoios às empresas vão manter-se, mesmo que isso pese sobre as contas públicas e comprometa o défice.

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, João Leão assegura que enquanto a atividade económica estiver condicionada os apoios vão continuar, nomeadamente ao nível do programa Apoiar mas também das moratórias, que poderão passar a ser direcionadas para setores específicos, a partir do segundo semestre.


Já quanto ao plano de recuperação e resiliência, o ministro adianta que o impacto mais robusto na economia só deverá acontecer no próximo ano. Ainda assim, o défice, segundo ministro das Finanças, deverá manter-se conforme estava previsto, "em torno dos 6,3%". João Leão nega que tenha poupado na execução da despesa, adianta que o governo gastou o que foi "considerado adequado" e que se fosse necessário não hesitaria em pedir um reforço das verbas.


Segundo o ministro das Finanças, a preocupação central é "fazer as opções corretas e ponderadas para não faltar a quem precise". Lembra que o país passou de um excedente para um défice, que aumentou muito mas, ainda assim, o governo não hesitou nos apoios e está disposto a continuar porque "o compromisso é ilimitado". Este esforço inclui suportar os custos das garantias públicas dadas pelo Estado aos empréstimos. João Leão admite que parte das garantias venha a ser executada, o que vai "pesar nas contas públicas e sobre todos nós", mas ainda assim considera que o mais importante é apoiar as famílias e as empresas. Sendo que, as garantias bancárias dadas, já estão comprometidas na sua totalidade, o que corresponde a 4 por cento do PIB.


O ministro espera que a Europa acompanhe esta posição do governo português ou seja, espera que "em 2022 a preocupação da Europa seja a recuperação económica, mais do que cumprir regras orçamentais", incluindo flexibilidade na gestão da dívida, não só para o próximo ano como nos seguintes. Nesta entrevista, o ministro das Finanças revelou ainda que a divida publica em 2020 deverá ficar ligeiramente abaixo do que estava previsto, ou seja, inferior a 135% do PIB. Em 2021 acredita que ainda haja uma redução maior em relação ao que ficou orçamentado.


Apesar dos apoios incondicionais à economia, do Novo Banco e da TAP, para já, e apenas neste momento, João Leão não vê a necessidade de avançar com um orçamento retificativo.


Para este ano, o ministro das Finanças aponta para um crescimento do PIB idêntico ao anunciado esta semana pela Comissão Europeia de 4,1 por cento. "Portugal vai ter um crescimento bastante robusto mas só a partir do 2º semestre". Quanto ao próximo orçamento do Estado, para 2022, acredita que vai conseguir fazer um "orçamento bom para o pais" e não vê razão para não conseguir o apoio parlamentar, incluindo do BE, a quem acusa de se ter afastado num momento difícil para o país.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Manuel Esteves do Jornal de Negócios.
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