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Afeganistão. Guerra, pobreza e pandemia ameaçam 9,7 milhões de crianças

por Carla Quirino - RTP
Omar Sobhani - Reuters

A organização humanitária Save The Children alerta que é necessário apoio urgente para salvar vidas. Entre 18 milhões de afegãos, mais de metade são crianças. Para 2021, caso não chegue apoio internacional, a crise humanitária irá agravar-se. O país precisa de alimentos.

Chris Nyamandi, diretor da organização humanitária para o Afeganistão, afirmou que os afegãos estão a sofrer o impacto da combinação do conflito armado, da pobreza e da pandemia.

Nyamandi, citado pela Aljazeera, sublinha que "é especialmente difícil para as crianças, muitas das quais não conheceram nada além da violência. É uma situação extremamente dura que requer atenção urgente da comunidade internacional".


Omar Sobhani- Reuters

A Save The Children pede três mil milhões de dólares para ajudar as crianças afegãs deslocadas no território. Vivem em abrigos nos arredores de Cabul.

As famílias perderam tudo e tem acesso limitado aos recursos, incluindo hospitais.

As tentativas de acordos de paz entre o Governo e a guerrilha taliban sucedem-se sem grandes resultados e a pandemia interrompeu a importação de bens vitais, fazendo disparar a inflação, segundo o Banco Mundial.

A crise sem fim à vista, aprofundada pela guerra civil, corrupção e saúde publica, faz parte da agenda das Nações Unidas.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, disse que, com ajuda dos parceiros humanitários, vão recolher 1,3 mil milhões de dólares para ajudarem a população afegã. "Houve um grande aumento de pessoas que precisam de apoio" disse Dujarric.


Omar Sobhani - Reuters


Brishna, uma menina de dez anos, citada no comunicado da organização Save The Children, diz que ela e o irmão recolhem lixo para cozinhar nas fogueiras e já faz muito tempo que não têm comida ou roupas adequadas.

"Os meus irmãos e eu queremos sempre fazer três refeições por dia com algumas frutas e ter uma vida melhor. Mas às vezes dormimos com o estômago vazio. Durante o inverno não temos cobertores e aquecimento para aquecer o abrigo".

Brishna acrescenta: "A vida é difícil. O meu pai, que é o responsável por nos trazer comida, está doente".
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