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Covid:19: Estudo revela que 89% dos portugueses quer hospitais livres de covid

por RTP
RTP

Quase 90% dos inquiridos num estudo sobre o acesso aos cuidados de saúde considera que devia existir instituições exclusivas para o tratamento de doentes com covid-19 e outras "livres" para tratar as outras doenças.

O estudo, hoje divulgado na Ordem dos Médicos (OM), revela também que, para 87% dos participantes, deveria "haver alas e percursos nas instituições/serviços de saúde dedicadas à covid-19, para não misturar estes doentes com pessoas com outras doenças", e que a ida a estes serviços devia ser sempre agendada e cumprindo o horário de atendimento para evitar aglomeração de utentes.

O estudo "Acesso a cuidados de saúde em tempos de pandemia" visou auscultar as opiniões e captar as perceções dos portugueses sobre a pandemia covid-19 e o seu impacto no acesso a cuidados de saúde, tendo sido realizado com base em questionários presenciais, entre 28 de agosto e 07 de setembro, com uma amostra representativa da população portuguesa, constituída por mais de 1.000 pessoas maiores de 18 anos residentes em Portugal Continental.

O bastonário da Ordem dos Médicos defende que os médicos de família sejam libertados das funções referentes à covid-19, para poder dar apoio aos doentes com outras patologias, até porque  o acesso da maioria dos utentes é através dos cuidados de saúde primários.


Outra das conclusões do inquérito, promovido pelo "Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde", uma iniciativa da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) e OM, aponta também que 83% dos inquiridos gostaria que fossem realizados testes de diagnóstico a todos utentes e profissionais de saúde para prevenir o risco de contágio por covid-19.

A grande maioria (88%) diz ter "elevada confiança" nos profissionais de saúde/médicos, 77% considera que estão a ser acautelados todos os procedimentos para garantir a segurança dos doentes e 68% afirma ter confiança para receber cuidados de saúde no seu centro de saúde e 65% num hospital público.

Questionados sobre a organização dos sistemas de saúde, 83% aponta como problema o longo tempo de espera para ser atendido, 81% as salas de espera com muita gente e 71% o facto dos médicos verem muitos doentes ao mesmo tempo.

Para 43% dos inquiridos, o Serviço Nacional de Saúde não estava bem preparado, em termos de profissionais de saúde, para lidar com esta pandemia, e para 58% não estava bem preparado em termos de equipamentos e instalações.

Na análise das políticas de resposta à pandemia, o estudo conclui que "globalmente a avaliação do investimento realizado pelo Governo, nas suas diferentes dimensões, é moderada (não é positiva nem negativa)".

Para um terço dos inquiridos, "houve alguma irresponsabilidade nos gastos que foram realizados a propósito da pandemia, já que vão empurrar o país para uma grave crise económica".

Entre várias áreas de investimento público, os portugueses percecionam que a Saúde é a área que capta a maior fatia do investimento (56% considera que é a área de maior investimento, seguida pela Segurança Social com 50%.

Não obstante esta perceção, 73% considera um investimento insuficiente na saúde, 58% na Educação e 53% na Segurança Social.

"E este investimento (insuficiente) na saúde, ainda devia ser mais reforçado em tempos de pandemia: 7.7 milhões (93%) de portugueses consideram que a pandemia exige investimento adicional na área da saúde", salienta o estudo.

Relativamente à medicação, os portugueses declararam que não tiveram limitação no acesso aos medicamentos.

Mais de metade dos doentes crónicos com medicação de farmácia hospitalar passaram a receber esta medicação em casa ou numa farmácia próxima devido à pandemia.


Destes doentes, 76% concorda que este serviço deve continuar após a pandemia "pela comodidade e praticidade".

O Movimento Saúde em Dia foi lançado no início de setembro pela OM e pela APAH, em parceria com a Roche, com o objetivo de alertar a população para "a importância de estar atenta a sintomas e sinais que precisem de observação médica, mas sem esquecer também as regras já conhecidas para combater a pandemia".

c/Lusa

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