OMS. Covid-19 terá matado 80 a 180 mil profissionais de saúde em todo o mundo

por RTP
Tedros Adhanom Ghebreyesus Fabrice Coffrini - Reuters

A Organização Mundial de Saúde diz que podem ter morrido entre 80 mil a 180 mil profissionais de saúde desde o início da pandemia, em todo o mundo. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da organização, defende que os profissionais de saúde devem ter prioridade para serem imunizados e aponta críticas ao processo desigual de acesso às vacinas.

O mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dos 135 milhões de profissionais de saúde no mundo, "entre 80.000 a 180.000 podem ter morrido de Covid-19 no período entre janeiro de 2020 a maio de 2021".

"Dados de 119 países sugerem que, em média, dois em cada cinco profissionais de saúde e cuidadores em todo o mundo estão totalmente vacinados. Mas é claro que essa média mascara as enormes diferenças entre regiões e grupos económicos", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS.

Sublinhou o responsável pela OMS que "em África, menos de um em cada dez profissionais de saúde foi totalmente vacinado. Contrariamente, na maioria dos países com economias fortes, mais de 80 por cento dos profissionais de saúde estão totalmente vacinados".

"Apelamos a todos os países para garantir que todos os profissionais de saúde e cuidadores em cada país tenham prioridade na vacinação contra a Covid-19, juntamente com outros grupos de risco", acrescentou Ghebreyesus.

Desde que as primeiras vacinas foram aprovadas pela OMS, há mais de dez meses, milhões de profissionais de saúde ainda não foram vacinados. A "denúncia" surge dirigida aos países e empresas que controlam o fornecimento global de doses, disse o diretor da OMS.

Annette Kennedy, presidente do Conselho Internacional de Enfermeiros, lamenta as muitas mortes que terão acontecido "desnecessariamente" e diz que " poderíamos ter salvado muitas vidas".

"É uma acusação chocante dos governos. É uma acusação chocante da sua falta de dever de cuidar para proteger os profissionais de saúde que pagaram o último sacrifício com as suas vidas", sublinhou Kennedy.

"Eles agora estão exaustos, devastados, física e mentalmente exaustos. E há uma previsão de que dez por cento destes profissionais partirão em muito pouco tempo", acrescentou a presidente da organização internacional de enfermeiros.

A OMS pretende que cada país vacine pelo menos 40 por cento da população até ao fim de 2021. Mas o fornecimento insuficiente de vacinas poderá contrariar essa aspiração.

Tedros Adhanom Ghebreyesus disse ainda que 82 países estão em risco de não atingir essa meta.


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