Vacina da AstraZeneca deve continuar a ser administrada, defende a OMS

por RTP
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Vários países decidiram suspender, temporariamente, a administração da vacina da AstraZeneca depois de terem sido detetados 30 casos de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam a vacina. No entanto, a Organização Mundial da Saúde afirma que não há ligação entre a inoculação e os eventos tromboembólicos.

Margaret Harris, porta-voz da OMS, afirmou que se trata de “uma vacina excelente e devemos continuar a usá-la”.

Na Europa, houve cerca de 30 casos de desenvolvimento de coágulos sanguíneos após a administração da vacina, o que levou vários países a suspendê-la temporariamente. Cerca de cinco milhões de europeus já foram inoculados com a vacina da AstraZeneca desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.

A Bulgária juntou-se à Dinamarca, Áustria, Estónia, Lituânia, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Letónia e Itália e também suspendeu temporariamente a inoculação dos seus habitantes com a vacina da AstraZeneca.

Em Itália um homem de 50 anos faleceu após desenvolver uma trombose venosa profunda.

A Organização Mundial da Saúde acrescenta que está a analisar os relatórios, mas até agora não foi estabelecida nenhuma relação causal entre a vacinação e os problemas de saúde reportados.


“Qualquer alerta de segurança deve ser alvo de investigação. Temos de assegurar que estudamos todos os alertas de segurança quando distribuímos as vacinas e temos de passar por eles, mas não existe qualquer indicação para não utilizar [as vacinas]”, frisou Harris.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) também já tinha afirmado que não existia qualquer indicação de que a vacina causasse coágulos sanguíneos, frisando que “os benefícios continuam a superar os riscos”.

Em Portugal, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) garantiu que os benefícios da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 continuam a ser superiores ao risco e manteve as recomendações para a sua utilização.

Já a farmacêutica AstraZeneca garante que a segurança da vacina foi estudada exaustivamente em ensaios clínicos.
Alergias graves entre os possíveis efeitos secundários da vacina AstraZeneca
Entretanto, a Agência Europeia do Medicamento alertou que as alergias graves deverão ser acrescentadas à lista dos possíveis efeitos secundários da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, após a identificação de prováveis ligações a estas reações no Reino Unido.

Num comunicado hoje divulgado, a EMA anunciou ter “recomendado haver uma atualização da informação do produto para incluir anafilaxia e hipersensibilidade (reações alérgicas) como efeitos colaterais”.

“Esta atualização é baseada num estudo de 41 relatos de anafilaxia observados em cerca de cinco milhões de vacinados no Reino Unido”, informou a agência no resumo do seu comité que avalia os riscos dos medicamentos.


“Depois de um estudo atento dos dados, estima-se que exista uma ligação provável com a vacina em alguns casos”, acrescentou.

A Agência Europeia do Medicamento esclareceu que a anafilaxia, que se traduz em reações alérgicas graves, já era um "efeito colateral conhecido, ainda que raramente ocorresse com vacinas".

As informações sobre a vacina da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca referem que cidadãos que a recebem deverão ser vigiados pelo menos 15 minutos após a sua administração, no caso de reações alérgicas.

c/Agências
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