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A vida de José Fonseca e Costa deu muitos filmes

por Carla Pinto

O primeiro filme de ficção realizado por José Fonseca e Costa foi “O Recado”, em 1972. O que ganhou mais prémios foi “Cinco Dias, Cinco Noites” de 96. Mas foi, talvez, com “Kilas, o Mau da Fita”, de 81, que o grande público o conheceu.

José Fonseca e Costa nasceu na cidade de Caála, Angola, em 1933. Chegou a Lisboa com 12 anos. Ainda estudou Direito, mas o Cinema falou mais alto, como ele próprio explicou em 1996, numa entrevista com a jornalista Diana Andringa, da qual aqui podemos ouvir um excerto.

Foi membro da direção do Cineclube Imagem, fez crítica de Cinema, foi tradutor, concorreu a assistente de realização na RTP, em 1958. Ficou em primeiro lugar, mas foi impedido de ocupar o lugar pela PIDE.

Foi também a polícia política que o impediu de receber uma bolsa para estudar Cinema no estrangeiro, A oposição ao regime valeu-lhe a prisão e acabou por o empurrar para o exílio, em Itália.

Regressado a Portugal, em 64, produziu e dirigiu filmes publicitários, documentários e, finalmente, os filmes. Foi sócio-fundador e dirigente do Centro Português de Cinema, fez parte do Conselho de Opinião da RTP, foi professor universitário, escreveu crónicas para jornais e argumentos para filmes, encenou peças de teatro.

Em outubro do ano passado, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu-lhe o Prémio de Carreira.

O Fascínio (2003) e Viúva Rica Solteira Não Fica (2006) foram os seus últimos trabalhos finalizados.

Paulo Branco estava a produzir o derradeiro filme do realizador, Axilas, baseado num conto do escritor Ruben da Fonseca.

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