Amadora BD 2020 arranca na quinta-feira com transmissão `online` da programação

por Lusa
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A edição deste ano do Amadora BD - Festival de Banda Desenhada da Amadora, adaptada à pandemia da covid-19, arranca na quinta-feira, na Bedeteca da Cidade, "com transmissão nas redes sociais do evento", foi hoje anunciado.

"Em 2020, o festival adota um novo modelo de programação, vocacionado, exclusivamente, para o universo digital, com transmissão nas redes sociais do evento. A programação inclui oficinas, conversas com autores e coletivos, lançamentos de novas edições, debates, visitas virtuais a exposições, entre muitas outras novidades sobre o mundo da banda desenhada portuguesa", refere a Câmara Municipal da Amadora, num comunicado hoje divulgado.

Este ano, haverá duas exposições, uma dedicada "ao Mestre da Banda Desenhada, José Ruy, intitulada `Do Tejo ao Fim do Mundo`, centrada nas viagens, tanto reais como imaginadas, pelos estudos, esquiços, argumentos e desenhos originais de banda desenhada do autor", e uma outra, "30 + 1: A BD não faz quarentena", na qual 30 autores portugueses, entre desenhadores e argumentistas, apresentam "obras realizadas durante a quarentena ou que tenham a pandemia como inspiração".

Para celebrar o 30.º aniversário do Amadora BD, será exibido o filme "Entre Traços: 30 anos de Banda Desenhada", documentário que conta a história "da estreita proximidade entre a Amadora e a BD, desde a sua infância à maturidade, perspetivando o lugar do evento no futuro e para as novas gerações".

A Bedeteca da Cidade, localizada na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, vai acolher também "duas oficinas dinamizadas pela It`s a Book, moderadas pelas autoras de banda desenhada Patrícia Guimarães e Carolina Celas, conversas com o coletivo The Lisbon Studio, com os autores de `Balada para Sophie`, Filipe Melo e Juan Cavia, André Carrilho, autor do livro `A Menina dos Olhos Ocupados`, Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho, com o álbum `Desvio`, e os lançamentos de novas edições de BD".

O Amadora BD 2020 decorre até 06 de novembro, na Bedeteca da Cidade.

No âmbito do festival, a Câmara Municipal da Amadora desafiou André Carrilho, Nuno Saraiva, Luís Louro, José Ruy, Joana Afonso e Marta Teives "a criar uma ilustração original para vários `outdoors` espalhados pelo concelho", passando para BD as medidas de prevenção do contágio pelo novo coronavírus", que provoca a covid-19.

A cada autor foi atribuída uma recomendação da Direção-Geral da Saúde (DGS): "André Carrilho aborda o uso obrigatório da máscara comunitária; Nuno Saraiva trabalha o distanciamento social; Joana Afonso recomenda evitar tocar nos olhos, na boca e no nariz; Luís Louro recorda a necessidade de serem evitados aglomerados de pessoas e deixa um repto `Não seja um Covidiota`; Marta Teives reforça a lavagem das mãos como prática indispensável; José Ruy recorre aos emblemáticos personagens de António Cardoso Lopes Júnior, Zé Pacóvio e Grilinho, para exemplificar a etiqueta respiratória".

O resultado pode ser visto nas ruas da cidade desde meados de setembro.

A mais recente edição do Amadora BD, a 30.ª, realizou-se entre 24 de outubro e 03 de novembro do ano passado.

A 30.ª edição do Amadora BD foi um momento de transição, com mudanças na direção e no modelo de programação.

O festival foi mais curto, não teve um tema central e as exposições concentraram-se todas no Fórum Luís de Camões. Houve menos prémios sobre o ano editorial e uma separação de júris para banda desenhada e ilustração.

Em janeiro do ano passado, o então diretor do festival, Nelson Dona, demitiu-se do cargo que ocupava há 20 anos, justificando que o Amadora BD precisava de renovação.

Ligado ao festival desde a primeira edição, e diretor desde 1999, Nelson Dona explicou que saiu da direção também por razões pessoais e por "não estar disponível para trabalhar nas mesmas condições".

 

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