Exposições homenageiam gosto de Calouste Gulbenkian pela arte e livros raros

por Agência LUSA
Calouste Gulbenkian DR

A Fundação Calouste Gulbenkian assinala os seus 50 anos na próxima terça-feira com uma sessão solene, um concerto e três exposições, uma das quais mostra a biblioteca de livros raros do milionário arménio que fundou a instituição.

A sessão solene, que será presidida pelo Presidente da República, Cavac o Silva, terá intervenções deste, do presidente da Gulbenkian, Rui Vilar, e do i nvestigador António Barreto, encarregue da coordenação de um livro sobre os 50 a nos da fundação.

Esta obra deverá ser apresentada em Outubro e avaliará o impacto da ins tituição na vida portuguesa ao longo de meio século.

"Será um excelente ponto de partida para pensar o que deve ser a fundaç ão nos próximos 50 anos", indicou Rui Vilar, quando no início deste ano apresent ou o programa das comemorações.

Logo a seguir à sessão solene, vão ser inauguradas duas exposições que homenageiam Calouste Gulbenkian.

A exposição intitulada "O gosto do coleccionador" pretende mostrar como se formou o gosto de Gulbenkian pela arte, através das suas primeiras aquisiçõe s, das viagens que realizou e de como influenciaram as suas escolhas, incluindo desde obras-primas do antigo Egipto até peças de Arte Nova e de Arte Deco, do in ício do século XX.

Haverá um núcleo de objectos que remetem para as origens de Gulbenkian, como azulejos Iznik (cerâmica turca) e toalhas otomanas.

No capítulo dedicado às viagens serão expostos os diários de Gulbenkian que relatam a sua passagem por grandes museus europeus ou um cruzeiro que fez n o Mediterrâneo na Primavera de 1930.

As obras compradas pelo magnate do petróleo ao museu Ermitage, em São P etersburgo entre 1929-30, também serão expostas. O quadro "Retrato de Helena de Fourment", de Peter Paul Rubens, figura neste sector bem como uma outra obra que o milionário não conseguiu adquirir, "Paisagem pastoral com arco-íris", também da autoria do mestre flamengo.

Haverá ainda peças de ourivesaria francesa do século XVIII, um conjunto de obras de proveniência real, que pertenceram a Frederico II, rei da Prússia, ou a Luís XVI, de França, bem como escultura, tapeçaria, mobiliário e numismátic a.

Menos conhecido, o gosto de Gulbenkian pelos livros será objecto de uma outra exposição, intitulada "De Paris a Tóquio. Arte do Livro na colecção Calou ste Gulbenkian".

A Fundação apresenta uma visão da biblioteca de livros raros, incluindo obras adquiridas em 1899, que habitualmente não são expostas por motivos de con servação.

Foram seleccionados 75 livros, alguns têm encadernações de luxo, proven ientes de livreiros persas e arménios, outros são obras litúrgicas e de devoção que testemunham a religiosidade do mundo medieval, havendo também textos bíblico s arménios com iluminuras.

Estas duas exposições estarão patentes ao público de 19 de Julho a 8 de Outubro.

A terceira exposição que será inaugurada por ocasião do meio século da Fundação - "Relations", do fotógrafo inglês Craigie Horsfield - apresenta obras de fotografia, projectos descritos como "sociais" ou filmes e trabalho de som, c om propostas mais radicais.

"Relations" ficará na Gulbenkian até 24 de Setembro e segue depois para o Museu de Arte Contemporânea de Sidney, Austrália, onde estará de 15 de Março a 3 de Junho de 2007.

A finalizar o dia de comemorações da Fundação realiza-se um concerto de gala pela Orquestra e Coro Gulbenkian, com a soprano Elisabete Matos, que inter pretarão a 9ª Sinfonia de Beethoven.

Os estatutos da Fundação Gulbenkian - uma instituição cujos activos som am hoje cerca de 3.000 milhões de euros (o equivalente a dois por cento do Produ to Interno Bruto português) - foram aprovados em 18 de Julho de 1956.


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