As duas réplicas vão ser oferecidas à Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, e à Biblioteca Pública de Évora, numa cerimónia que se realiza na quinta-feira, às 16:30, na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa, com a presença de várias personalidades, nomeadamente, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, o embaixador do Japão em Lisboa, Hiroshi Azuma, e o presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Japão-Portugal, Sadakazu Tanigaki.

"As réplicas, agora oferecidas, foram executadas no Japão, a partir dos documentos originais, datados do século XVI, provenientes do enchimento de um biombo oriundo do Japão, que integram um conjunto de cerca de 60 que faz parte do acervo da Biblioteca Nacional de Portugal e de outro, mais extenso, que existe na Biblioteca Pública de Évora", esclarece em comunicado o gabinete de Barreto Xavier.

Segundo a mesma fonte, estes dois conjuntos de documentos foram descobertos e estudados em 1902 pelo investigador nipónico Murakami Naojiro.

Na década de 1990, a investigação sobre estes documentos foi retomada por Gengiro Ito que "promoveu a sua ida para o Japão a fim de serem restaurados no Museu Nacional de Quioto, regressando a Portugal em 1998".

A arte e temática "Namban" têm um contexto específico que se relaciona com a chegada dos portugueses ao Japão no século XVI, a quem chamaram "namban-jin", significando "bárbaros do sul", explica o gabinete governamental.

"Esta manifestação artística, ligada à navegação, comércio e evangelização, teve como suporte biombos e peças de mobiliário. Os documentos da Biblioteca Nacional de Portugal e da Biblioteca Pública de Évora têm um grande significado para a história da Igreja Católica no Japão e para a compreensão dos primeiros contactos entre as culturas japonesa e europeia".

Além destas duas bibliotecas, em Portugal, também o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, possui um vasto conjunto de documentos provenientes do enchimento dos seus biombos Namban, datados do final do século XVI.