Morreu o ator Carlos Lacerda, histórico da Seiva Trupe e da televisão portuguesa

por Lusa

Redação, 10 set 2019 (Lusa) -- O ator português Carlos Lacerda, de 72 anos, que se destacou em companhias como Seiva Trupe e em produções televisivas como "Vidas de Sal", morreu na segunda-feira, no Hospital do Barreiro, Setúbal, disse hoje à Lusa fonte próxima da família.

"Carlos Lacerda faleceu no dia 09 de setembro, vítima de pneumonia, no Hospital do Barreiro", disse à agência Lusa o encenador e ator Gonçalo Barata, amigo da família, acrescentando que o corpo vai estar em câmara ardente, a partir de hoje à tarde, na Igreja de São Pedro de Alcântara, na calçada da Tapada, em Lisboa.

Nascido no Porto, Carlos Lacerda iniciou-se no teatro no Orfeão da Foz do Douro, passando depois por companhias como o Grupo Teatral de Ramalde e a Seiva Trupe, onde decorreu grande parte da sua carreira, sem esquecer o seu trabalho com outros grupos como a Companhia de Teatro de Lisboa, a Companhia Teatral do Chiado, a Sociedade Guilherme Cossoul, a Companhia de Teatro de Almada, A Barraca e o Grupo Comédias de Lisboa.

"Perde-se um grande ator e um grande amigo. Trabalhou sempre com grande generosidade e era muito querido com os colegas, muito profissional, muito rigoroso e muito crítico com ele próprio e no meio artístico", declarou Gonçalo Barata, acrescentando que Carlos Lacerda era "muito considerado pelos colegas".

Carlos Lacerda fez teatro, cinema e televisão. Representou obras de referência da dramaturgia mundial como "Tio Vânia", de Anton Tchékhov, "Antígona", de Sófocles, na adaptação de Bertolt Brecht, "Gota d`Água", de Chico Buarque, "Cais Oeste", de Bernard Marie-Koltés, "Henrique V", de Luigi Pirandello, "Vórtice", de Neel Coward, "Dá Raiva Olhar para Trás", de John Osborne, "As Criadas", de Jean Genet, "Calígula", de Albert Camus, e "Casa de Mulheres", de Dacia Maraini, que também encenou.

Foi um nome familiar na televisão portuguesa, sobretudo entre os anos de 1980 e a primeira década de 2000, surgindo nos diferentes canais nacionais, em produções como "O Processo de Camilo", "Vidas de Sal", "Grande Aposta", "Nico d`Obra" e "Ballet Rose", da RTP, "Médico de Família" e "Aqui Não Há Quem Viva", da SIC, "Doce Fugitiva" e "Tudo por Amor", da TVI.

Trabalhou com encenadores como Norberto Barroca, Angel Facio, Joaquim Benite, Carlos Avilez, Carlos Barradas, Hélder Costa, entre outros.

No cinema e no audiovisual, trabalhou com realizadores como Monique Rutler ("Solo de Violino"), Fabrizzio Costa e Jorge Queiroga, Nicolau Breyner e Leonel Vieira, Júlio Cardoso e Ulysses Cruz (director da Globo).

Como dramaturgo, foi autor de cerca de 20 textos dramáticos.

Era casado com a atriz Estrela Novais, há 33 anos.

O corpo de Carlos Lacerda vai ficar em câmara ardente na Igreja de Alcântara a partir das 17:00 de hoje.

Na quarta-feira, dia 11, o corpo do ator sairá da Igreja de São Pedro de Alcântara, às 11:00, de onde seguirá para cemitério dos Olivais, em Lisboa, onde decorrerá a cerimónia de cremação, às 12:00.

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