"O mundo perde uma lenda". Morreu Tina Turner, aos 83 anos

por Joana Raposo Santos - RTP
Tina Turner começou a sua carreira na década de 1950, durante os primeiros anos do Rock & Roll. Reuters/Stringer

Morreu esta quarta-feira a célebre cantora norte-americana Tina Turner. Tinha 83 anos. Um representante da artista avançou que esta morreu pacificamente na sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, Suíça, na sequência de doença prolongada.

"Tina Turner, a 'Rainha do Rock'n Roll', morreu pacificamente hoje, aos 83 anos, após uma longa doença em sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça", revelou o representante em comunicado citado pelo canal de televisão Sky News.

"Com ela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo", acrescentou.

Tina Turner começou a sua carreira na década de 1950, durante os primeiros anos do Rock & Roll, tendo evoluído rapidamente para um fenómeno internacional.

Um dos seus maiores sucessos foi a música "What's Love Got to Do with It", lançada em 1984. Foi também nessa década que venceu seis dos seus oito prémios Grammy e que conseguiu ver uma dúzia das suas canções no Top 40, incluindo "Typical Male", "The Best", "Private Dancer" e "Better Be Good to Me".

Apelidada de "Rainha do Rock & Roll", Tina Turner alcançou também uma das maiores audiências de sempre em concertos, quando em 1988 juntou 180 mil pessoas no Rio de Janeiro para a verem atuar.

Turner lutou contra uma série de problemas de saúde depois de se reformar e, em 2018, enfrentou uma tragédia familiar, quando o seu filho mais velho, Craig, se suicidou aos 59 anos em Los Angeles. O seu filho mais novo, Ronnie, morreu em dezembro de 2022.

A Casa Branca já reagiu à "incrivelmente triste notícia" da morte da artista, considerando este momento uma perda imensa para as comunidades que dela gostavam e para a indústria musical como um todo.
"Tina tinha tudo"
A cantora foi casada com o guitarrista Ike Turner, nunca tendo escondido as agressões físicas que sofreu por parte deste nas décadas de 1960 e 1970.

O jornalista Nuno Galopim relembrou em declarações à RTP o percurso de Tina Turner, considerando que esta deixa um legado dividido em duas etapas “fundamentais”: uma primeira etapa ao lado do marido Ike e uma outra após a separação.

“Felizmente houve uma série de músicos que a redescobriram no princípio da década de 1980 e a devolveram ao patamar de protagonismo que ela merecia”, afirmou.

Nuno Galopim fala numa “voz única” e numa “capacidade rara de dominar as artes do palco”.

O comentador da RTP Álvaro Costa destacou, por sua vez, “a capacidade de uma mulher negra abrir a porta, por exemplo, a uma Beyoncé”. “Não haveria uma Beyoncé sem Tina Turner”, frisou.

“A presença, a voz, o repertório, o bom gosto, a sua capacidade de transformar a música” são as características que Costa realça na cantora. “Tina tinha tudo e visualmente era espantosa nos seus duetos com o Mick Jagger, com o David Bowie e com muitos outros”, acrescentou.
c/ agências
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