O documentário "Natureza morta", de Susana de Sousa Dias, integra a selecção oficial do festival Rencontres Internationales du Documentaire de Montreal a decorrer até 18 de Novembro.
O filme, recentemente adquirido pelo Museu Nacional de Arte de Taiwan, foi já galardoado com o Prémio de Melhor Documentário da Atalanta Filmes no DocLisboa, com o Merit Prize do Taiwan International Documentary Festival e com uma Menção Honrosa no Slow Film Festival da Hungria.
O filme é uma perspectiva sobre a Ditadura em Portugal fazendo uma viagem através de arquivos de organismos governamentais.
Usando apenas materiais de arquivo, "Natureza morta" penetra na opacidade das imagens captadas durante os 48 anos da ditadura portuguesa, simbolizada por António de Oliveira Salazar, chefe político do regime.
Essas imagens - actualidades, reportagens de guerra, documentários de propaganda, fotografias de presos políticos - foram reunidas no filme sem palavras para permitir diferentes leituras do público.
O objectivo da obra, segundo uma nota da realizadora, foi, trinta anos depois, lançar a reflexão sobre um conjunto de imagens de uma época de ditadura, "a mais longa da Europa Ocidental do século XX".
Nascida em Lisboa em 1962, Susana de Sousa Dias fez o curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema e licenciou-se em Artes Plásticas e Pintura na Faculdade de Belas-Artes - onde é docente - e fez ainda um mestrado em Estética e Filosofia da Arte na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O documentário esteve já presente no Visions du Reél, na Suíça, no DocPoint, em Helsínquia, no Festival Internacional de Cinema de Sarajevo, no Festival Filmer à Tout Prix, em Bruxelas, no Festival Internacional de Cinema de Leeds, no III Festival Internacional de Cinema Independiente Mar del Plata, na Argentina e no Dockanema, Festival do Filme Documentário, em Maputo, entre outros festivais.
