O prémio deste ano consagra a jornalista e escritora bielorrussa.
Os seus livros estão traduzidos em 22 línguas e alguns foram já adaptados a peças de teatro e documentários.
Nascida sob bandeira soviética, em Ivano-Frankovsk, na Ucrânia, Svetlana Aleksievitch é filha de um militar bielorrusso e mãe ucraniana. Entre 1967 e 1972, a autora estudou jornalismo na Universidade de Minsk.
Segundo a Academia Sueca, "devido às suas posições críticas, foi obrigada, após a licenciatura, a trabalhar num jornal regional na cidade bielorrussa de Brest, junto da fronteira com a Polónia".
Da autora, de 67 anos, foi publicado este ano em Portugal o livro "O fim do homem soviético - um tempo de desencanto", da Porto Editora, cujo responsável editorial, Alberto Valente, explica a decisão com a importância da obra para a compreensão da desagregação da União Soviética.
"O fim do homem soviético" recebeu de resto, em 2013, o Prémio Médicis Ensaio.
Uma outra obra de Svetlana Aleksievitch, "Vozes de Chernobyl" (título provisório), está prevista ser editada no próximo ano pela editora Elsinore.
Na leitura política, o comentador da Antena1 José Milhazes considera que a atribuição do Nobel da Literatura "é mais uma forma de irritar o Presidente russo, Vladimir Putin".
O prémio Nobel da Literatura tem um valor monetário de oito milhões de coroas suecas (cerca de 860.000 euros).
Svetlana Aleksievitch é a 14.ª mulher a ser distinguida com o Nobel da Literatura. Em 2013 tinha sido a escritora canadiana Alice Munro.