É, segundo jornal italiano, o primeiro filme do realizador, saído da área da publicidade. Levou cinco anos a preparar, as filmagens prolongaram-se por nove semanas e meia e orçamento rondou os 4,5 milhões de euros.

A história de António (interpretado pelo actor espanhol Jordi Mollà) é contada através do "olhar" de Folco, um ladrão que segue o santo por estar convencido de que ele transporta consigo um tesouro.

Folco, interpretado pelo actor italiano Paolo di Vitta, acabará - escreve Il tempo - "por se dar conta da grandeza do homem: grande doutor da igreja, nobre de família, genial intelectual".

O realizador confessa que poderia ter contado muitas histórias sobre o santo mas optou por fazer emergir "a sua figura laica, política e social, que defendia as pessoas".

"Num período de blasfémia e de mentira, como as que são contadas no `Código da Vinci` - diz -, a espada de António era a sua língua.

Quem hoje governa deveria ter essa capacidade de António, de ser guerreiro em nome de Deus".

Para mais consistentemente levar a cabo a sua tarefa, Belluco inspirou-se em "três importantes referências: o Papa Wojtyla (João Paulo II), Gandhi e Che Guevara".

Este último, na sua opinião, "possuía um espírito revolucionário e guerreiro que de algum modo poderia recordar o de Santo António, que lutou até ao fim pelas suas ideias".

Português de nascimento, Fernando de Bulhões de seu nome de baptismo, Santo António nasceu em Lisboa em 1195, andou por Marrocos, naufragou, e em Itália colaborou com São Francisco de Assis.

Chamaram-lhe "o martelo dos hereges". Foi o santo que a Igreja menos tempo levou a canonizar. Hoje é um dos santos mais populares e famosos, em particular em Portugal (onde nasceu) e em Itália (onde morreu em 1231, com 36 anos).