Um português na vanguarda do seu tempo

por Agência LUSA

Amadeo de Souza-Cardozo (1887-1918) não foi apenas o precursor da arte moderna em Portugal: ele estava, igualmente, bem integrado na vanguarda do seu tempo e conviveu com alguns dos maiores artistas da época.

"Temos de colocar Amadeo na história internacional da arte", realçou à Agência Lusa Helena de Freitas, comissária da exposição que será inaugurada quarta-feira na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, com o titulo "Diálogo de Vanguardas".

"Esta exposição era necessária. Já há alguns anos, a propósito de uma exposição de obras de Amadeo em Nova Iorque, apareceram artigos na imprensa norte-americana que o apresentavam como `um modernista esquecido`", disse também Helena de Freitas.

É a maior exposição do género organizada em torno da obra do pintor português, com cerca de 260 obras de Amadeo e de 38 artistas seus contemporâneos, entre os quais Modigliani, Brancusi, Malevitch, Leger e Picasso.

Grande parte das obras dos artistas estrangeiros, exibidas agora em Portugal pela primeira vez, foram cedidas por alguns dos mais famosos museus do mundo, desde o British Museum, de Londres, ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA).

Dos portugueses, haverá apenas dois outros artistas representados: Eduardo Viana (1887-1967) e Almada Negreiros (1893- 1970).

"Amadeo é o eixo da exposição, mas em articulação com o que se fazia na altura - disse Helena de Freitas - O objectivo é estabelecer um dialogo entre a sua obra e a de artistas, dentro e fora do seu círculo de amizades, em cujas obras se revelem os sinais e as cumplicidades experimentais do tempo".

Amadeo Souza-Cardoso viveu oito anos em Paris, entre 1906 e 1914, e durante esse tempo "manteve relações muito fortes com o meio artístico internacional", acrescentou.

A organização desta exposição, iniciada há cinco anos, permitiu também "localizar obras de Amadeo que não se viam há muito tempo ou que estavam em casa de coleccionadores particulares".

A exposição, que ocupará dois pisos da sede da Gulbenkian, estará patente até 14 de Janeiro de 2007.

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