Banco Angolano de Negócios e Comércio admite abrir sucursal em Portugal

por Lusa

Lisboa, 12 nov (Lusa) -- O Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC) acabou de lançar o seu escritório de representação em Portugal e já está interessado em abrir uma sucursal dentro de dois ou três anos, avançou hoje a representante no mercado português, Sara Macias.

"Esta entrada em Portugal através do escritório de representação é o primeiro passo da internacionalização do BANC. Crê-se que, dentro de breve tempo, o escritório de representação em Portugal dê lugar a uma sucursal", revelou em entrevista à agência Lusa a `head officer` da entidade angolana em Portugal.

Depois de ter inaugurado o escritório de representação na passada sexta-feira, num evento que contou com a presença do embaixador de Angola em Portugal, Marcos Barrica, "em 2015, ou em 2016, será aberta a sucursal", especificou a gestora.

Segundo Sara Macias, esse será o percurso natural para o BANC, "à imagem da concorrência dos outros bancos vindos de Angola", como o Banco BIC ou o Banco Privado Atlântico Europa.

"Neste momento, o escritório de representação não tem atividade comercial bancária nenhuma. Nós estamos a fazer uma auscultação do mercado", assinalou, quando questionada sobre se o objetivo do BANC é lançar um banco comercial no mercado português.

"Depois de fazermos o estudo da viabilidade de mercado, então, se decidirá: ou banca de retalho, ou banca de investimento. Mas isso ainda é uma ideia muito embrionária para poder dizer, hoje, que tipo de banca será efetuada através do BANC em Portugal", sublinhou Sara Macias.

Certo é que o escritório de representação em Portugal é apenas "o primeiro passo da internacionalização na Europa, mas não é o culminar", frisou.

Para já, o escritório de representação funciona como um "portal" do BANC para o mercado europeu, assinalou Sara Macias, explicando que o mesmo "dará toda a informação aos clientes e a todos quantos queiram entrar em Angola".

E salientou: "Nós seremos a primeira porta financeira para quem quer investir em Angola. Não só para clientes portugueses. Nós almejamos o mercado europeu".

De acordo com a responsável, os principais alvos do BANC na Europa são clientes de "Espanha, pela proximidade com Portugal, Itália, que têm alguma dificuldade em entrar diretamente em Angola, e todos os outros" empresários ou clientes individuais do resto do continente europeu.

Mas a mira da expansão internacional do BANC está igualmente apontada para África, garantiu Sara Macias.

"Em 2013, o BANC abriu o escritório de representação em Portugal. Em 2014, vai fazer a abertura do escritório de representação na Namíbia", adiantou à Lusa a `head officer`.

O escritório de representação do BANC em Lisboa situa-se na Avenida da Liberdade, tendo a particularidade de ocupar as instalações que até há poucos meses serviam de base à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O BANC foi lançado em Angola em 2007, contando atualmente com 13.800 clientes, 155 colaboradores, 20 balcões e cinco centros de empresas. No próximo ano serão abertos novos balcões, com a entrada nas regiões angolanas de Cabinda e Namibe.

Até ao final de agosto, o BANC tinha quase 33 milhões de euros de crédito concedido e 72,6 milhões de euros em depósitos, com o ativo total a ascender a 110,3 milhões de euros.

O produto bancário rondava os 10 milhões de euros e os fundos próprios do banco fixavam-se nos 21,5 milhões de euros.

Já o resultado líquido acumulado até agosto era na ordem dos 2 milhões de euros.

O presidente do conselho de administração do BANC é José Aires, ao passo que o general Kundi Paihama é o presidente da assembleia geral. O militar e antigo ministro da Defesa de Angola é o principal acionista do BANC, detendo a larga maioria do capital da instituição.

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