Bruxelas quer um controlo maior das despesas com saúde em Portugal. Nas recomendações específicas da Comissão Europeia, divulgadas ao final da manhã desta quarta-feira, esta medida foi apontada como uma das formas de acelerar a redução da dívida pública, que a Comissão também aponta como uma necessidade para o país.
O Comissário Europeu Pierre Moscovici reconheceu que a economia portuguesa continua a crescer de forma robusta e que o país já não tem desequilíbrios excessivos, mas alerta para a existência de alguns desequilíbrios que têm de ser controlados.
"Portugal, como todos sabemos, está a crescer de forma robusta, as suas finanças públicas estão a melhorar de forma vincada e o desemprego está a descer de modo constante. Em março, concluímos que Portugal já não experimenta desequilíbrios macroeconómicos excessivos. No entanto, continua a enfrentar fontes de desequilíbrios importantes, entre as quais se contam níveis elevados de dívida externa, privada e pública, vulnerabilidades no setor bancário e segmentação do mercado de trabalho", disse Moscovici.
Portugal, acrescentou, "deve consolidar as recentes tendências positivas na redução do défice e dívida, e é recomendável que o país garanta que a taxa de crescimento nominal da despesa pública primária líquida não ultrapasse 0,7% em 2018, o que corresponde a um ajustamento estrutural anual de 0,6% do PIB". Tal pode ser alcançado reforçando o controlo da despesa e assegurando uma despesa pública mais eficiente sobretudo no sistema de saúde.
Pierre Moscovici ainda que em virtude de as reformas levarem o seu tempo, "é normal que alguns compromissos ainda estejam por implementar", mas admitiu que, "noutros casos" - sem precisar quais -, "a Comissão tem preocupações com o ritmo dos progressos". "Basicamente, as coisas estão na boa direção, mas alguns desequilíbrios ainda têm que ser corrigidos, através da prossecução do esforço de reformas".