Empresa de aspiradores Rainbow Portugal alarga rede de distribuidores

por Lusa

Redação, 22 abr 2020 (Lusa) -- A Fénix Lusitana, representante dos aspiradores da marca Rainbow em Portugal, assegurou hoje que a insolvência do distribuidor Matthias Schmelz Lda "em nada afeta a operação" da empresa no país, onde está, aliás, a ampliar a rede de agentes.

"A Rainbow Portugal, apesar do atual momento de emergência em que o país e o mundo estão mergulhados, continua a assegurar, através da sua rede em Portugal, a assistência técnica aos clientes e é com muito orgulho que anuncio o início de atividade de dois novos distribuidores", afirma a presidente executiva e acionista da Fénix Lusitana.

Citada num comunicado, Fernanda Alves lamenta "a eventual insolvência da Matthias Schmelz, Unipessoal, Lda.", mas ressalva tratar-se de "uma decisão do acionista único desta empresa" que "em nada afeta a operação da Rainbow em Portugal".

Segundo refere, a Fénix Lusitana (Rainbow Portugal), importadora e distribuidora dos aspiradores americanos Rainbow, assim como dos respetivos acessórios e assistência técnica, atribuiu recentemente duas novas licenças -- à Rainbow Linda-a-Velha e à Rainbow Viana do Castelo -- que abriram portas já durante o atual estado de emergência e elevaram para 17 a rede nacional de distribuidores independentes da empresa.

Adicionalmente, avança, juntar-se-ão "em breve à rede Rainbow Portugal dois novos distribuidores, um em Évora e mais um outro no Porto".

Conforme noticiou a agência Lusa no passado dia 13, a Matthias Schmelz Lda comunicou aos funcionários e comerciais que vai avançar para um processo de insolvência devido ao encerramento da sua atividade provocada pela pandemia covid-19.

De acordo com trabalhadores então ouvidos pela Lusa, a decisão foi comunicada por `email` pelo próprio empresário alemão aos cerca de 60 funcionários dos quadros da empresa localizada em Carnaxide, no concelho de Oeiras, e aos 300 agentes comerciais a recibo verde.

"Infelizmente com as decisões tomadas pelo Governo esta situação era de esperar e tornou-se inevitável, porque uma empresa como a nossa que vive das vendas não consegue sobreviver sem vendas. São os vendedores que trazem a riqueza para as empresas. E quando os vendedores estão fechados nas suas próprias casas, por decisão do Governo, não entra dinheiro na empresa para pagar seja o que for", justifica Matthias Schmelz no `email` enviado aos trabalhadores.

Um dos agentes comerciais da empresa, José Rodrigues, disse à agência Lusa que a decisão apanhou os trabalhadores de surpresa, sobretudo pelo facto de o empresário alemão ser o sócio maioritário da empresa distribuidora dos aspiradores Fénix Lusitana.

"Esta empresa ainda não há um ano aumentou o seu capital social em 156 mil euros e em janeiro organizou uma viagem a Cuba de uma semana a 300 agentes, a nível nacional, com tudo pago", afirmou.

No comunicado hoje divulgado, a Fénix Lusitana confirma que "o acionista da Matthias Schmelz, Unipessoal, Lda. (anteriormente conhecida como Rainbow Carnaxide) anunciou o interesse em solicitar a insolvência da empresa", mas salienta que "a maioria dos agentes autorizados" foi "absorvida por outros distribuidores do grupo Rainbow Portugal".

Atualmente, e seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e da Direção-Geral da Saúde, a Fénix Lusitana diz estar "a operar em teletrabalho, mas a prestar toda a assistência técnica solicitada pelos clientes, através da sua rede de distribuidores".

"Prevendo o levantamento, em breve, das restrições a que o país tem estado sujeito, a Rainbow Portugal está a preparar-se para gradualmente voltar à atividade normal respeitando todas as normas de segurança e de saúde pública que vierem a ser impostas pelas autoridades", refere, adiantando que "vai reformular o seu sistema de venda direta de forma a adaptá-lo à nova realidade de relacionamento social".

Numa comunicação enviada aos trabalhadores pelo escritório de advogados da sociedade Matthias Schmelz, Unipessoal, Lda documento, consultado pela Lusa, os advogados da empresa dizem que o tribunal "irá, em princípio, declarar a sociedade insolvente e nomear um administrador de insolvência, que será a pessoa que irá desencadear as diligências destinadas à administração do património da sociedade e satisfação dos créditos que venham a ser reclamados no processo".

"Isto significa que os valores que V. Exas. teriam direito a receber da Matthias Schmelz, Unipessoal Lda., a partir de 01 de abril de 2020, seja por força de contrato de trabalho, de contrato de prestação de serviços, de comissões, ou por qualquer vínculo de outra natureza, não irão ser pagos pela sociedade em virtude da falta de liquidez e capacidade financeira para o efeito, pelo que terão V. Exas. de reclamar os vossos créditos no âmbito do processo de insolvência instaurado pela sociedade", indicam.

Por outro lado, segundo os advogados, "é importante sublinhar que a instauração do processo de insolvência não implica a extinção imediata dos contratos de trabalho, uma vez que será o administrador de insolvência quem irá proceder à cessação dos mesmos", pelo que os funcionários continuarão vinculados à empresa.

Por último, referem, a sociedade Matthias Schmelz, Unipessoal, Lda "tudo fará no sentido de que seja possível que, ainda no mês de abril, sejam entregues os documentos necessários para que possam acionar a proteção de desemprego e o Fundo de Garantia Salarial", estando no entanto dependentes da atividade dos tribunais, cuja atividade se encontra suspensa na sequência da covid-19.

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