Estado anuncia nova série de Certificados de Aforro

por RTP
Foto: João Marques - RTP

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) suspendeu esta sexta-feira a venda de Certificados de Aforro "Série E". Entretanto, o Ministério das Finanças anunciou a criação da "Série F", cuja subscrição estará disponível a partir da próxima segunda-feira.

Em comunicado, o Ministério liderado por Fernando Medina anuncia a criação de uma nova série de Certificados de Aforro, a "Série F".

"A nova Série permitirá a aplicação da poupança por um prazo mais longo, 15 anos, e prevê uma remuneração crescente ao longo do tempo, através de um prémio de permanência", lê-se no documento.

A taxa base aplicável à série F será determinada mensalmente, no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte. Essa taxa base corresponde à média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal, acrescenta o Ministério. 

A taxa base da nova série F no seu lançamento será de 2,5 por cento, sendo que não poderá ultrapassar este teto. Na série anterior, o teto máximo era de 3,5 por cento.

"A estrutura de prémios de permanência crescentes começa em 0,25% entre o 2º e o 5º anos e permite atingir 1,75% adicionais à taxa base nos últimos 2 anos do prazo máximo de subscrição".

O mínimo de certificados por conta de aforro da nova série é de 100 unidades e o máximo será de 50 000 unidades. Foi ainda estabelecido um máximo de certificados da série F em acumulação com certificados da série E por conta aforro (250 000 unidades).

Esta nova série "realinha a remuneração dos certificados de aforro com a remuneração das restantes fontes de financiamento da República Portuguesa", destaca o Ministério das Finanças.

"Além de promover a coerência da remuneração entre os vários instrumentos de financiamento, a nova série F permitirá também distribuir de forma mais equilibrada as amortizações de dívida por diferentes anos, assim contribuindo para a gestão prudente da dívida pública", lê-se no comunicado de imprensa.

"Os limites de subscrição da nova Série têm por fim contribuir para a eficiência e sustentabilidade da dívida pública portuguesa, podendo ser ajustados, caso tal venha a revelar-se compatível com o objetivo de gestão prudente da dívida pública", realça o Ministério das Finanças.

Mesmo com esta nova série, o Ministério das Finanças realça que os Certificados de Aforro "continuam a ter condições atrativas quando comparadas com outros produtos de aforro sem risco de perda de capital".

A remuneração dos certificados de aforro tem subido devido à inflação, e à baixa remuneração oferecida pela banca aos depósitos.

A subida das Euribor, indexante que integra a fórmula de cálculo da remuneração dos Certificados de Aforro, tem levado os aforradores particulares a canalizar parte das suas poupanças para estes títulos de dívida pública.

Em janeiro, o valor aplicado em Certificados de Aforro atingiu o máximo desde 1998, ascendendo a 22.534 milhões de euros, segundo dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP).

c/ Lusa
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