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Jogo VIP deve liderar mercado das apostas em Macau defende Analista da Bloomberg

por Lusa

A analista da Bloomberg Intelligence Margaret Huang defendeu hoje em entrevista à Agência Lusa que o jogo VIP deve liderar o mercado das apostas em Macau porque esse é um fator distintivo face aos concorrentes.

"Macau é o maior mercado de jogo" do mundo e "tem de ser liderado pelo jogo VIP", defendeu Margaret Huang, acrescentando que a indústria do jogo no antigo território administrado por Portugal está dependente da evolução do mercado dos grandes apostadores.

Em entrevista à Lusa nos escritórios da Bloomberg Intelligence em Hong Kong, Margaret Huang apontou que o Governo de Macau está a apostar em mais diversificação, "mas no fim do dia, o mercado VIP é o que define Macau, é o que o faz ser um tipo de mercado específico e o que faz com que Macau seja difícil competir contra Macau, mesmo com os novos destinos (na Ásia) a aparecerem".

Nos últimos anos tem havido um crescimento do jogo nesta região, casos do Camboja, Vietname, Filipinas e Japão, que a analista afirmou que poderá vir a ser "o terceiro maior mercado do jogo do mundo", depois de o parlamento nipónico ter aprovado a abertura de três casinos a partir de meados da próxima década.

Apesar de considerar que o Japão será um grande interveniente no mercado das apostas, Margaret Huang frisou que os nipónicos vão estar mais focados no mercado de massas, por isso, caso a aposta no jogo VIP seja reforçada, não existe o risco de haver uma transferência das receitas do jogo de Macau para o Japão.

No primeiro trimestre do ano o jogo `VIP` sofreu uma redução de 13,4%, em relação ao período homólogo do ano passado, no qual tinha atingido 42,95 mil milhões de patacas (4,7 mil milhões de euros).

No ano passado, as receitas geradas pelo jogo `VIP` foram de 166,09 mil milhões de patacas (18,02 mil milhões de euros), o que representa 54,8% do total arrecadado pelos casinos de Macau ao longo do ano, num total de quase 32,8 mil milhões de euros.

Contudo, nos três primeiros meses do ano, a fatia das grandes apostas representou apenas 48,8% do bolo total das receitas.

Esta desaceleração no mercado das grandes apostas, na opinião da analista da Bloomberg, acontece porque "a economia da China está a abrandar, a procura existe, mas está parada".

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China faz com que "os chineses ricos estejam a guardar o seu dinheiro e isso resulta em menos investimentos e menos recursos para gastar nas viagens a Macau", apontou.

O facto de os grandes apostadores chineses estarem expectantes vai fazer com que as receitas globais do jogo sofram "novas quedas ao longo do primeiro semestre do ano", apostou.

No entanto, Margaret Huang defendeu que "haverá maiores ganhos no segundo semestre deste ano e em 2020".

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