Luís Amado admite que "caso das rendas" desgasta a EDP

por Mário Aleixo - RTP
Luís Amado analisa a situação da EDP no quadro da economia portuguesa Facebook

O caso das rendas da energia está a desgastar a EDP. A convicção é de Luís Amado em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1.

O presidente do conselho Geral e de Supervisão da EDP fala também utilização da empresa como arma de arremesso na política.

Luís Amado à Antena1/Jornal de Negócios, entrevistado por Rosário Lira (Antena 1) e Sara Ribeiro (Jornal de Negócios), refere que a situação tem "consequências do ponto de vista reputacional" porque se refletem na apreciação dos investidores: “Não olha para o caso como uma perseguição mas diz que a empresa está a ser usada como "uma espécie de arma de arremesso, na batalha política eleitoral, em nome de questões referenciadas no passado".



Luis Amado não tem dúvidas que “o caso das rendas excessivas tem vindo a "desgastar" a empresa. Reconhece que as instituições têm de fazer o seu trabalho, mas assume-se como um "crítico de orientações que desgastam a imagem de uma empresa, que não devia ser favorecida, mas colocada num plano que tem enquanto principal multinacional de um sector extremamente importante para o futuro da economia portuguesa".

“A EDP poderá reduzir a sua dimensão em Portugal”. Luís Amado considera esse cenário como "provável" “a avaliar pelo que ficou definido no plano estratégico aprovado e pelo potencial de crescimento que a empresa tem fora da península ibérica”.

A favor dessa nova orientação está o facto da EDP ter um "peso excessivo em Portugal, na economia portuguesa", sendo que nalgumas áreas a sua quota de mercado chega aos 70 por cento.

Luís Amado admite que isso "é percebido como inibidor de um quadro mais competitivo e concorrencial”, mais favorável ao consumidor e por isso, “a EDP prevê reduzir a sua dimensão em Portugal e aumentar noutros mercados com potencial de crescimento”. Ainda assim, a sede vai manter-se em Portugal. Essa opção foi um compromisso assumido pela CTG e é "irrecusável" afirma Luís Amado.

O entrevistado não se pronuncia em concreto sobre a mudança do secretário de Estado da Energia, com a saída de Seguro Sanches e a entrada de João Galamba, mas adianta que agora tem havido sinais de uma política energética que não dispensa a EDP. Refere que com a anterior liderança "não era clara a focagem politica na transição energética", situação que atualmente ficou esclarecida, ou seja, segundo Luís Amado, "é hoje evidente por parte dos atuais responsáveis que Portugal quer ser um país de referência na transição energética".

Uma entrevista para ouvir na íntegra este domingo depois do noticiário das 13h00.
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