Portugal tem o 16.º poder de compra entre os países da Zona Euro

por Carlos Santos Neves - RTP
No ano passado, o poder de compra em Portugal estabeleceu-se em 76,6 por cento da média da União Europeia Rafael Marchante - Reuters

O poder de compra em Portugal estabeleceu-se, no ano passado, em 76,6 por cento da média da União Europeia, numa quebra de oito décimas relativamente a 2016, mostram números divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. No bloco da moeda única, o país ocupa, neste capítulo, a 16ª posição, atrás da Estónia e da Lituânia.

Da análise de 37 países resulta, segundo o INE, uma dispersão “muito significativa”: o Luxemburgo, à cabeça da lista, apresenta um poder de compra situado 253 por cento acima da média da União Europeia, cinco vezes mais do que é patenteado pela Bulgária, cujos 49,3 por cento constituem o patamar mais reduzido do espaço comunitário.
O último posto pertence à Albânia, com 30,5 por cento.

No caso português, o Produto Interno Bruto per capita traduzido em Paridades de Poder de Compra ficou, no ano passado, abaixo do nível de 2016 em 0,8 pontos percentuais.

Levando em consideração somente os 19 países da Zona Euro, Portugal era em 2017 o 16.º classificado, atrás da Estónia, com um poder de compra de 78,8 por cento da média, da Lituânia, com 78,4 por cento, e à frente da Eslováquia, como 76,2 por cento, da Grécia, com 67,2, e da Letónia, com 66,8.

O Instituto Nacional de Estatística destaca como indicador preferível para ilustrar o bem-estar das famílias a despesa de consumo individual per capita, ou DCIpc. Neste domínio, Portugal ocupa a 13ª posição da Zona Euro.

De 2016 para 2017, a DCIpc apurada em Paridades de Poder de Compra ficou em 82,2 por cento da média da União.

Já em termos nominais, o PIB per capita português teve em 2017 um crescimento positivo (4,6 por cento), potenciado pela subida nominal do Produto (4,6 por cento) e pela redução em 0,24 por cento da população.
Consumo

Estes números, sublinha o INE, “devem ser analisados com prudência, particularmente em termos de evolução temporal, uma vez que ao longo do tempo verificam-se alterações de diferente natureza, nomeadamente ao nível da seleção do cabaz comum de bens e serviços em comparação, dos métodos e fontes dos preços utilizados no exercício PPC e da substituição de valores preliminares por definitivos da contabilidade nacional”.

Quanto aos consumos efetivos individuais per capita, dados coligidos pelo Eurostat, Portugal ficou em 2017 abaixo da média da União Europeia, com 82 por cento. O país foi 18.º numa lista liderada pelo Luxemburgo, com 132 por cento, e fechada pela Bulgária, com 54 por cento.

Portugal situa-se no conjunto de 13 Estados-membros com um consumo efetivo individual entre a média da União Europeia e 30 por cento abaixo desta: A Itália, com 98 por cento, surge no topo deste grupo, que acaba na Estónia, com 72 por cento.

O consumo efetivo individual per capita reflete o bem-estar material das famílias, quantificando bens e serviços efetivamente consumidos, independentemente de serem adquiridos e pagos por famílias, Estado, ou entidades sem fins lucrativos.

A estimativa do PIB per capita para 2018 atribui a Portugal um desempenho abaixo da média da União Europeia, com 77 por cento. O mais elevado destes indicadores cabe, uma vez mais, ao Luxemburgo, cujo PIB per capita deverá atingir os 253 por cento da média. A Bulgária, última posicionada, ficará com 49 por cento.

c/ Lusa
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