Regresso dos turistas chinesas vai revitalizar economia de Macau, diz líder

por Lusa
Reuters

A decisão da China de voltar a permitir excursões organizadas e emitir vistos eletrónicos para visitas a Macau, até novembro, vai "promover a recuperação do dinamismo económico", disse o líder do Governo da região chinesa.

Num discurso durante as celebrações dos 73 anos da implantação da República Popular da China, no sábado, Ho Iat Seng disse que as medidas demonstram o "total apoio" de Pequim ao "melhoramento do bem-estar da população".

Na apresentação das medidas, em 24 de setembro, Ho Iat Seng tinha dito que a emissão de vistos eletrónicos deverá ser retomada em "finais de outubro ou início de novembro" e as excursões organizadas em novembro, começando pela província vizinha de Guangdong.

No sábado, Macau recebeu 37.442 turistas, o número diário mais elevado deste ano, segundo dados oficiais da Polícia de Segurança Pública da região chinesa.

Após as celebrações, o Chefe do Executivo de Macau disse aos jornalistas que as medidas irão aumentar o número de visitantes "de tal modo que irá impulsionar a recuperação do setor do turismo" e diminuir o desemprego.

A taxa de desemprego em Macau atingiu 4,3% entre junho e agosto, o valor mais elevado desde 2004. Isto apesar do número de trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente ter diminuído em quase 4.600 em julho, mês em que Macau enfrentou o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia.

Também no discurso, Ho Iat Seng defendeu que "a defesa da soberania, da segurança e dos interesses de desenvolvimento do estado é o princípio supremo", referindo-se à revisão da lei de segurança nacional da China.

A proposta, que está em consulta pública até 05 de outubro, pretende punir os crimes contra a segurança nacional da China cometidos no exterior, abrangendo não apenas os residentes, trabalhadores migrantes e turistas em Macau, mas também estrangeiros.

Na apresentação da revisão, em agosto, o secretário para a Segurança Wong Sio Chak não descartou a possibilidade de realizar julgamentos à revelia de estrangeiros, cuja eventual extradição dependeria dos laços jurídicos de Macau com a jurisdição em questão.

Macau e Portugal assinaram em 2019 um acordo relativo à entrega de infratores em fuga, cuja legalidade penal foi posta em causa pela Ordem dos Advogados portugueses. O protocolo continua sem entrar em vigor, uma vez que não foi aprovado pela Assembleia da República.

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