Transportes alternativos à antiga linha do Tâmega terminam a 31 de dezembro

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Amarante, 28 dez (Lusa) - Os utentes da antiga linha do Tâmega vão ficar, a partir de 01 de janeiro, sem os transportes rodoviários alternativos que a CP assegurava desde março de 2009, quando foi suspensa a circulação ferroviária entre Amarante e a Livração.

Lurdes Ribeiro, do movimento de utentes, disse hoje à Lusa que, em protesto pela decisão da CP, anunciada recentemente aos utentes, vai ser entregue na Assembleia da República uma petição popular com cerca de cinco centenas de assinaturas, exigindo a manutenção do transporte rodoviário.

A porta-voz do movimento de utentes sublinhou hoje, em conferência de imprensa realizada junto à antiga estação ferroviária de Amarante, que a petição também reclama junto dos deputados que seja honrado o compromisso do anterior Governo.

A ativista recorda que em 2009 a então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, tinha deixado a sua "palavra de honra" em Amarante de que o encerramento da linha tinha como objetivo a realização, em dois anos, de obras de requalificação, o que nunca veio a ocorrer, apesar de terem sido levantados os carris.

Em julho de 2010, devido aos constrangimentos orçamentais, o anterior Governo anunciou a suspensão das obras.

"Estou estupefacto com a decisão porque havia compromissos solenes de membros do anterior Governo", reagiu assim, à data, o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu.

Mais recentemente, já com o atual executivo em funções, foi decidido encerrar definitivamente a linha do Tâmega entre Amarante e Livração, no concelho do Marco de Canaveses.

Desde 2009, no âmbito de um acordo celebrado entre as autarquias de Amarante e do Marco de Canaveses com o Governo de então, a CP tem assegurado várias ligações diárias, a partir das antigas estações da Livração, Vila Caiz e Amarante, utilizadas por antigos passageiros da automotora.

Os utentes garantem que o anunciado fim do transporte alternativo vai criar muitas dificuldades, nomeadamente a idosos e estudantes, porque as ligações comerciais que existem atualmente, além de custarem cerca do dobro, não chegam a zonas que até agora eram asseguradas pelos transportes alternativos.

"A nossa ideia é que isto não pode acabar e vamos continuar na luta independentemente do tempo que durar. Vamos lutar até conseguirmos vencer", disse à Lusa Lurdes Ribeiro, que estava acompanhada de algumas dezenas de ativistas.

Entretanto, manifestações de populares de Amarante e do Marco de Canaveses estão a ser equacionadas pelos ativistas.

A ligação entre Amarante e a Livração, no Marco de Canaveses, era o único troço ainda com circulação, uma vez que a ligação de Amarante ao Arco de Baúlhe, no concelho de Cabeceiras de Basto, fora desativada no dia 1 de janeiro de 1990, apesar dos protestos das populações.

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