Uber estabelece novas metas para diversidade na contratação

por RTP
Carlo Allegri - Reuters

A Uber, empresa norte-americana maioritariamente composta por homens caucasianos e asiáticos, decidiu criar novas políticas de contratação. Até 2022, pretende aumentar o número de mulheres em altos cargos. Mas não só.

Reconhecer que é necessário mudar não é tarefa fácil; dar um passo em frente para que isso, efetivamente, aconteça, muito menos. Contudo, a Uber pretende arriscar.

Diversidade, equidade e inclusão são as novas palavras de ordem quando se fala em novas contratações para esta empresa. Agora, avaliar o desempenho dos funcionários e determinar a remuneração dos cargos mais altos vai assentar numa nova política: a diversidade. "Dos escritórios aos motoristas por todo o mundo, a diversidade é um dos nossos maiores objetivos", disse a marca.


De acordo com os dados do último relatório de diversidade, lançados em março deste ano, 30,1 por cento dos funcionários da Uber são homens caucasianos.

O estudo revelou uma grande divisão por raça, etnia e género nos funcionários norte-americanos. Em relação ao ano passado, o número de funcionários negros subiu 1,2 por cento e o número de latinos 2,2 por cento. Ainda assim, segundo o Project Include, não é suficiente.

O Project Include é uma organização que pretende acelerar a diversidade e a inclusão de minorias nas empresas de tecnologia. Dos diretores às trabalhadoras da limpeza, este projeto pretende garantir que todas as pessoas representativas de uma empresa tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades no caminho para o sucesso.

"Ainda há trabalho a fazer enquanto empresa para garantir que os objetivos e as recompensas estejam igualmente disponíveis para todos”, afirmou a diretora de diversidade da Uber, Bo Young Lee.

No caso desta marca, vai ser necessário aumentar a percentagem de funcionários negros em 7,7 por cento - atualmente encontra-se nos 9,3 por cento - e o número de latinos para mais do dobro. Só assim é que a empresa irá estar em consonância com a demografia populacional dos Estados Unidos.

“Uma área em que estamos a melhorar, mas que precisamos que continue a melhorar é no aumento da percentagem de pessoas de cor”, revelou a diretora-executiva da marca, Dara Khosrowshahi.
“Funcionários mal representados”

Devido a estas novas políticas, os próximos três anos vão ser cruciais. Com mais de 26 mil funcionários – sem contar com os 3,9 milhões de motoristas independentes a trabalhar por todo o mundo - a empresa pretende aumentar a percentagem de mulheres em cargos superiores para os 35 por cento. No ano passado, este número rondava os 28 por cento, mais 7.1 pontos percentuais do que em 2017.

Contudo, para que isso aconteça, vai ser necessário contratar ainda mais pessoas provenientes das classes mais baixas. O número de “funcionários mal representados” terá de subir para os 14 por cento.

Apesar de se sentir orgulhosa devido ao aumento, nos últimos dois anos, do número de mulheres no poder, a diretora-executiva da Uber lamenta que ainda não possa “dizer o mesmo para as promoções de pessoas de cor".

Ainda assim, as metas estão lançadas e os objetivos já foram traçados.

As novas medidas de contratação vão estar em vigor durante os próximos três anos. Contudo, o relatório não avança detalhes caso os diretores não cumpram com o acordo estipulado.

A Uber teve um ano complicado, ao registar uma perda de quase mil milhões de euros.

A série de escândalos a que a marca esteve associada também não abonou a seu favor. O caso das duas mulheres que foram vítimas de abuso sexual por um motorista e o caso de um passageiro raptado causaram graves danos.
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