Sindicato dos bancários acusa ADSE de arrogância

por Mário Aleixo - RTP
Rui Riso contundente nas críticas à ADSE Antena 1

O presidente do SAMS e do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, acusa a ADSE de "opacidade" e "arrogância".

Para Rui Riso, a ADSE quer impor o seu preço, comprar sem negociar e ainda exige retificações, anos depois, sem permitir à parte contrária aferir como chegou a essas conclusões.

O presidente do Sindicato dos Bancários Sul e Ilhas fez esta afirmação no programa Conversa Capital da Antena1/Jornal de Negócios, numa entrevista conduzida pelo jornalistas Rosário Lira e Celso Filipe.

Segundo Rui Riso a imposição de regras por parte da ADSE ainda faz menos sentido quando se trata de uma entidade que paga a 180 dias. Por isso, o presidente do SAMS considera que a ADSE "tem uma posição de uma grande arrogância na negociação e na forma como age".



Relativamente à nova tabela que a ADSE quer criar, Rui Riso adianta que dependendo do que vier a ser negociado pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, o SAMS vai fazer os seus próprios cálculos e, se não for conveniente para a instituição que lidera, pode mesmo vir a rasgar o acordo, "se tiver que ser ...não tenho duvidas, os bancários não vão financiar nunca a ADSE".



Noutro âmbito e relativamente às greves agendadas e à semana de luta dos trabalhadores do SAMS – cuja entidade patronal é o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas - Rui Riso lamenta que aconteçam, mas nada fará para as evitar porque as reivindicações que os sindicatos fazem são as mesmas que levaram ao rompimento das negociações. Diz que os sindicatos quiseram impor a sua proposta e adianta: "Eu quero que os trabalhadores tenham contratação coletiva mas não é a dos bancários, é a dos trabalhadores de saúde privada em Portugal". Admite ainda que, para lá da negociação, há um confronto com "o tempero" de um conflito entre CGTP e UGT.

Nesta entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Rui Riso afirma que até ao verão espera terminar negociações para os aumentos salariais na banca. Não se compromete com valores, acredita apenas que será possível "encontrarem-se a meio da ponte", entre os 0,5 propostos pela banca e os 2% do sindicato.

Quando olha para o que se está a passar noNovo Banco, o presidente do SBSI vê uma "falha grave" da DGCom (Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia). Uma entidade que “prometeu e não cumpriu” e que obrigou a banca a fazer ajustes, sem que tivessem aparecido novos 'players', como tinha sido anunciado pela DGCom. Para Rui Riso, a DGCom é "uma organização que funcionava como sociedade secreta, pela qual nunca ninguém deu o rosto, que nunca foi claro o seu papel". Reverter agora a privatização também não lhe parece adequado.

Uma entrevista para ouvir na íntegra este domingo depois do noticiário das 13h00.
pub