"Devolveu-se aos portugueses a condução do seu destino". Presidente da Comissão para as Comemorações reproduz texto

RTP /

Depois de um discurso em que recordou os acontecimentos históricos de há 50 anos, o tenente-general Alípio Tomé Pinto, que preside à Comissão para as Comemorações dos 50 Anos do 25 de Novembro, reproduziu uma mensagem do antigo presidente da República António Ramalho Eanes.

No texto escrito para este dia, Ramalho Eanes afirma que "terá sido historicamente oportuna a decisão política e militar de rememorar o 25 de Novembro".

"Não se trata de celebrar a data ou sublinhar nomes, mas sim evocar a memória ativa, orientada para o futuro, e contribuir para a dignificação da instituição militar e da própria nação".

"O 25 de Abril é consabidamente a data fundadora da restauração da liberdade, para os portugueses decidirem livremente o seu futuro através de eleições livres", sustentou.

"É da autoria dos militares este ato fundacional da liberdade e da democracia. Já a democracia resultante é, no entanto e só, de todos os portugueses".

"O 25 de Novembro apenas se tornou necessário para fazer face à deriva do processo revolucionário que se acentuava e fazia prever uma insurreição armada e portanto ameaçava o compromisso assumido pelos militares. Insurreição esta que veio a ocorrer e a que as Forças Armadas, na sua parte moderada, democrática e legalista responderam com sucesso, mas infelizmente com algumas baixas", prosseguiu, citando em seguida os nomes dos militares que perderam a vida.

"Foi o 25 de Novembro que permitiu que os militares respondessem ao imperativo de honra que tinham assumido com o povo português, a 25 de Abril".
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