Schäuble diz que resgate financeiro a Portugal é "história de sucesso"

O ministro das Finanças alemão considerou esta quinta-feira que a intenção de pagamento antecipado de dez mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstra que o programa de assistência em Portugal foi bem sucedido.

RTP /
Eric Vidal - Rey

"Enviei o pedido de Portugal ao parlamento alemão, que tem de o aprovar, mas estou certo de que não haverá nenhum problema. E isto demonstra que o programa de assistência Portugal é uma história de sucesso", afirmou Wolfgang Schäuble à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, no Luxemburgo, dedicada sobretudo à Grécia, o único país atualmente sob resgate.

Na anterior reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, em 23 de maio passado em Bruxelas, o Governo português pediu autorização aos seus parceiros europeus para pagar antecipadamente ao FMI cerca de dez mil milhões de euros dos empréstimos concedidos durante o programa de assistência financeira, um pedido que será apreciado pelo Conselho Ecofin na reunião de sexta-feira.

O pagamento antecipado de empréstimos do FMI necessita do aval dos Estados-membros, em sede do Mecanismo Europeu de Estabilidade, pois têm de aceitar renunciar a uma cláusula (waiver) nos contratos de empréstimos concedidos no quadro do programa de assistência financeira, que prevê que reembolsos antecipados tenham de ser proporcionais entre todos os credores."Gestão mais equilibrada"

Na ocasião, o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, apontou que o pagamento antecipado ao FMI de cerca de 10 mil milhões de euros permitirá, por um lado, "fazer uma gestão dos pagamentos mais equilibrada no futuro", o que "facilitará seguramente o financiamento", e por outro lado permitirá ter "uma gestão da maturidade da dívida adequada e com um custo incomparavelmente mais reduzido".

"A taxa que estamos a pagar ao FMI é de 4,3%, quando hoje as taxas a 10 anos, com uma maturidade muito maior, estão nos 3,1%", apontou então o secretário de Estado, considerando que se trata, por isso, de "mais uma boa notícia para Portugal e para os investidores em dívida portuguesa também".

Desde que Portugal começou a devolver parte do crédito do FMI antes da maturidade, em 2015, foram já reembolsados mais de 14.500 milhões de euros do envelope total de 26 mil milhões concedidos pela instituição liderada por Christine Lagarde no âmbito do resgate financeiro de 2011.

Os restantes 52 mil milhões foram emprestados pelos credores europeus, através do Fundo Europeu de Estabilização Financeira e do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira.

c/ Lusa

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