A Al Qaeda nomeou um líder temporário e um novo chefe de operações, para substituir Osama Bin Laden, morto por um comando americano. A cadeia de televisão Al-Jazira identifica o novo chefe como Saif al-Adel, um egípcio que desde há muito tempo ocupava um dos lugares cimeiros da organização terrorista.
Os americanos acusam Adel de ter ajudado a planear os atentados de 1988 contra as embaixadas americanas em Nairobi e Dar Es Salaam e de ter fundado campos de treino para terroristas no Sudão e no Afeganistão durante os anos 90.
Quanto ao novo chefe operacional da al-Qaeda, a Al Jazira identifica-o como Mustafa al-Yemeni, que, como o nome indica, poderá ser de nacionalidade iemenita.
Escolha ditada por "intranquilidade" na al-QaedaNoman Benotman, um antigo associado de Bin Laden que renunciou à ideologia fundamentalista e é considerado, atualmente, um dos maiores especialistas em assuntos da al-Qaeda, diz que a nomeação de Saif al-Adel se deve à crescente intranquilidade no seio da organização por causa do vácuo de poder que se seguiu à morte do fundador.
Benotman cita os seus contatos pessoais e as discussões nos fóruns jihadistas para concluir a escolha do novo líder não foi feita pelo conselho formal da shura da al-Qaeda, pois este está impossibilitado de se reunir nas condições atuais. Em vez disso, o nome terá sido escolhido por seis entre de oito líderes da al-Qaeda que se encontram na região de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.
A mesma fonte diz que é não provável que Adel vá substituir Bin Laden como chefe inquestionado da organização.
“O papel que ele assumiu não é o de líder absoluto mas antes o de responsável pelos assuntos operacionais e militares”, disse Benotman.
O papel do IrãoJulga-se que Saif al-Adel terá fugido para o Irão depois da invasão norte-americana do Afeganistão e que terá ficado nesse pais em detenção domiciliária.
Segundo os média árabes, as autoridades de Teerão libertaram-no da custódia há cerca de um ano e Adel voltou então à região fronteiriça entre o Paquistão e o Afeganistão. Alguns analistas acreditam, por outro lado, que ele poderá ter regressado ao Irão ou ao Afeganistão há algumas semanas atrás.