Antiga promessa da política sul-coreana absolvida de agressão sexual

por Lusa
Kim Kyung-Hoon - Reuters

Um dos mais promissores políticos sul-coreanos, que renunciou à carreira depois de ter sido acusado de agressão sexual pela secretária, foi hoje absolvido por um tribunal de Seul.

No ano passado, o político ficou em segundo lugar na corrida para a investidura pelo Partido Democrata para as eleições presidenciais, atrás de Moon Jae-in, atual Presidente sul-coreano.

Ahn Hee-jung foi a personalidade mais importante da Coreia do Sul a ser "derrubada" pelo movimento mundial #MeToo, de denúncia de assédio e agressão sexual contra as mulheres.

Uma das secretárias de Ahn, Kim Ji-eun, acusou o político de a ter violado quatro vezes depois de a ter contratado, em junho do ano passado.

Ahn Hee-jung, que era considerado antes deste escândalo como um candidato à sucessão de Moon, foi declarado não-culpado de agressão sexual e de relações sexuais por abuso de autoridade, entre outras acusações, pelo tribunal do distrito oeste de Seul.

"Lamento e estou muito envergonhado", declarou Ahn, ao sair do tribunal.

O político, de 53 anos, pediu desculpa, mas tinha garantido que as relações tinham sido consensuais, depois das denúncias da secretária, feitas na televisão. Kim afirmou que tinha sido incapaz de resistir ao patrão devido à relação hierárquica.

"Dececionei muitas pessoas. Vou esforçar-me para tornar a nascer", acrescentou Ahn, que apresentou a demissão, em março, do cargo de governador da província de Chungcheong Sul, ao mesmo tempo que anunciou a decisão de se retirar da vida pública.

A denúncia constituiu uma queda a pique para Ahn, que beneficiava de uma enorme popularidade junto dos jovens de esquerda, graças a uma imagem de honestidade e a uma aparência física que lhe valeram o nome de "EXO de Chungcheong Sul", numa referência a uma popular 'boys band' pop sul-coreana.

Antes da denúncia de Kim, Ahn foi um dos principais defensores da campanha #MeToo.

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