Arrefecimento artificial do planeta é uma falsa boa ideia - estudo

por © 2008

Washington, 25 Abr (Lusa) - A injecção de partículas de sulfato na estratosfera terrestre, para combater o aquecimento do planeta, pode danificar seriamente a camada de ozono, alerta um estudo publicado quinta-feira nos Estados Unidos.

"Tentar arrefecer artificialmente o planeta (com injecções de sulfato nas zonas elevadas da atmosfera) poderá ter efeitos secundários perigosos, destruindo a camada de ozono", explicou Simone Tilmes, do norte-americano Centro Nacional de Investigação Atmosférica.

De acordo com o principal autor do estudo, divulgado na edição digital da revista Science, "a alteração climática é uma ameaça maior mas são necessárias mais investigações antes de se avançar com soluções de geo-engenharia".

Na opinião do cientista, a injecção regular de sulfato na estratosfera (que fica a entre 10 e 50 quilómetros de altitude) poderá provocar perdas importantes de ozono acima do Árctico e atrasar de 30 para 70 anos a reconstituição da camada de ozono na Antártida, na qual há um buraco.

O ozono forma-se naturalmente na estratosfera, onde tem um efeito protector para a biosfera, pois bloqueia a radiação solar ultravioleta B, responsável pelos cancros da pele.

Nos últimos anos, vários cientistas têm estudado a hipótese de recorrer ao arrefecimento artificial para contrariar as tendências de aquecimento do planeta, complementando assim através da geo-engenharia os esforços empreendidos para reduzir as emissões de gases causadores do efeito de estufa.

HSF.


pub