Bolsonaro em "cuidados pós-operatórios" após terceira intervenção por crise de soluços

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro passou hoje por um novo procedimento cirúrgico para reforçar o bloqueio de um nervo do diafragma, com o objetivo de controlar as suas recorrentes crises de soluços, informou a equipa médica.

Lusa /

Esta foi a terceira intervenção a que o ex-chefe de Estado brasileiro foi submetido nos últimos quatro dias, todas visando conter as crises de soluços de que sofre há meses.

"(Bolsonaro) apresentou novos episódios de soluço, pelo que foi submetido a um complemento do bloqueio anestésico dos nervos frénicos bilaterais", indicou a última nota do Hospital DF Star, em Brasília, onde permanece em "cuidados pós-operatórios".

O líder da extrema-direita, que cumpre uma pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, entrou nesta clínica privada, com autorização judicial prévia, dada no passado dia 24 para corrigir apenas uma hérnia inguinal bilateral.

A operação à hérnia foi efetuada no dia de Natal, e desta Bolsonaro evolui bem.

Por isso, a partir desse momento, os médicos concentraram-se em tratar as crises de soluços, aparentemente consequência da dezena de cirurgias por que passou desde que levou uma facada no abdómen durante a campanha eleitoral de 2018.

Assim, no sábado passado, bloqueou-se parcialmente o nervo frénico direito; e na segunda-feira, o esquerdo. No entanto, na manhã de hoje, o chefe de Presidente do Brasil teve novos episódios de contrações involuntárias do diafragma, segundo relatou o ex-vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, um dos filhos do ex-chefe de Estado (2019-2022).

Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro, informou ainda que esses novos episódios não pararam até à tarde de hoje, pelo que a equipa médica optou por "realizar um reforço do bloqueio do nervo frénico".

O último boletim médico indicou que o capitão reformado do Exército fará quarta-feira uma endoscopia para avaliar o "refluxo gastroesofágico", enquanto continua com "fisioterapia respiratória", tratamento noturno para a apneia do sono e "medidas preventivas contra a trombose".

Os médicos esperavam dar-lhe alta hospitalar na próxima quinta-feira, mas este novo procedimento poderá prolongar os prazos para o seu regresso à prisão.

A 11 de setembro passado, o ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal do Brasil por "liderar" uma conspiração para tentar "perpetuar-se no poder" após perder as eleições presidenciais de 2022 para o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde finais de novembro Bolsonaro cumpre a pena de prisão na sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Os seus advogados solicitaram diversas vezes que lhe fosse concedida prisão domiciliária com caráter "humanitário" devido ao seu delicado estado de saúde, mas, até ao momento, o Supremo negou todos os recursos.


 

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