Califórnia prepara-se para lançar moratória às execuções de condenados à morte

por Lusa

O governador da Califórnia prepara-se para assinar hoje uma moratória às execuções no estado norte-americano, onde existem mais de 700 presos no corredor da morte, o maior do país, noticiou a agência Associated Press.

"O assassínio intencional de uma pessoa é errado e, como governador, não vou supervisionar o processo de execução de nenhum indivíduo", afirmou Gavin Newson, em declarações escritas para justificar a decisão.

Para o governador, a pena de morte não passa de "um fracasso" que tem "discriminado negros, doentes mentais, ou réus que não podem pagar uma representação legal dispendiosa".

A Califórnia não executa ninguém desde 2006, quando Arnold Schwarzenegger era governador. E, embora os eleitores tenham aprovado, em 2016, uma medida para acelerar a punição, nenhum preso esteve desde então perto de ser executado.

A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) já elogiou a "coragem e liderança" de Gavin Newson.

"Com o anúncio de hoje, a Califórnia continua a tendência nos Estados Unidos de se afastar desta punição inerentemente cruel, juntando-se ao Colorado, Oregon e Pensilvânia, que têm proibições semelhantes, e a 20 estados que já aboliram a pena de morte", sublinhou a ONG, em comunicado enviado às redações.

"O governador Newson demonstrou uma grande coragem e liderança ao acabar com a prática cruel, cara e injusta de executar presos", defendeu a diretora da HRW nos EUA, Alison Parker.

Já o presidente da Associação de Procuradores Distritais Adjuntos (Los Angeles County), Michele Hanisee, acusou o governador californiano de "usurpar a vontade expressa dos eleitores" e de lançar uma "moratória precipitada e irrefletida".

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