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Caverna na Tailândia: equipas de resgate em corrida contra o tempo

por RTP
O volume da água foi reduzido em 40% nos últimos dias, secando 1,5 quilómetros do canal de caverna Athit Perawongmetha - Reuters

A região de Chiang Rai, onde o grupo está encurralado, durante os últimos dias experimentou um período de seca. Se a chuva parar tempo suficiente, existe a possibilidade de o grupo sair do complexo de cavernas de Tham Luang em vez de ter de mergulhar. No entanto, a chuva das monções, esperada para os próximos dias, pode forçar a equipa de resgate a acelerar os seus planos.

Esta quinta-feira marca o terceiro dia desde que o grupo foi localizado na gruta de Tham Luang no norte da Tailândia. As equipas de resgate ainda não conseguiram chegar a um acordo sobre a forma como vão resgatar o grupo da caverna. Várias hipóteses estão a ser consideradas.

"Estávamos a correr contra o tempo até os encontrarmos", disse o governador de Chiang Rai, Narongsak Osotthanakorn, numa conferência de imprensa na manhã de quinta-feira. "Agora estamos numa corrida contra a água."

Quantidades volumosas de água ainda continuam a ser bombeadas para fora do complexo da caverna. No entanto, as passagens estreitas dentro da caverna continuam inundadas. Neste momento, mergulhar através da água é a única maneira de entrar e sair do complexo da gruta.

O volume da água foi reduzido em 40% nos últimos dias, secando 1,5 quilómetros do canal de caverna que o grupo precisará de atravessar para sair, informou ao The Guardian Poonsak Woongsatngiem, um socorrista do Ministério do Interior da Tailândia.

A chuva continua a ser o principal problema. As equipas de resgate têm de libertar os 12 adolescentes e o treinador de futebol para fora da caverna de Tham Luang, no fim de semana, ou o grupo pode ficar preso durante a época de monções. 

A caminhada desde a entrada da caverna até ao grupo leva um total de 11 horas - seis horas até ao grupo e mais cinco horas de regresso. 

Thai NavySEAL

ผนึกกำลัง ดึงน้ำออกจากถ้ำให้เร็วที่สุด เพื่อความปลอดภัยสูงสุดของทีมหมูป่าในวันที่จะนำออกจากถ้ำ #ThainavySEAL #นำหมูป่ากลับบ้าน

Há mais de dez dias presos 
O grupo foi encontrado na segunda-feira à noite por dois mergulhadores britânicos, numa plataforma rochosa a cerca de quatro quilómetros da boca da caverna. 

As autoridades tailandesas informaram anteriormente que, se os jovens não conseguissem mergulhar, o grupo teria de esperar até quatro meses para que as inundações diminuam antes de poderem sair. Alimentos e outros suplementos serão distribuídos nessa eventualidade.

Além de muitos dos jovens não saberem nadar, todos terão de aprender competências básicas de mergulho para saírem da caverna. 

"Estamos a direcionar a água na terceira câmara para reduzir até ao ponto em que não seja necessário equipamento de mergulho, para que possam apenas usar coletes salva-vidas e sair", disse Woongsatngiem ao The Guardian esta quinta-feira.

Embora ainda se encontre preso na caverna, neste momento o grupo já tem cobertores, comida, luz, assistência médica e sete mergulhadores - incluindo vários médicos - para os vigiar.

Um membro da equipa chinesa de mergulho, Wang Ying Jie, disse ao The Guardian que a maioria dos adolescentes se encontra em boa saúde. No entanto, três estavam com problemas intestinais e com alguma dor. Espera-se o transporte do medicamento para os menores nas próximas horas.

Osotthanakorn referiu que linhas telefônicas estão a ser instaladas na caverna para que os meninos possam falar com suas famílias. Porém, a linha ainda não chegou ao grupo.

Os menores, de 11 a 16 anos, e o treinador, de 25 anos, estão presos desde o dia 23 de junho. Acredita-se que tenham entrado na caverna quando estava seca, antes de as chuvas repentinas terem bloqueado a saída. 

O complexo da caverna fica regularmente inundado durante a estação das monções, que dura até setembro ou outubro.
Esperança cresce fora da caverna
Quando ainda não havia notícias dos jovens futebolistas, uma comunidade surgiu ao lado da montanha. Mergulhadores, espeleólogos e soldados concentraram-se no papel que podem ter para resgatar o grupo.

Agora que os 12 adolescentes e o treinador de futebol foram localizados, o acampamento transformou-se num lugar de esperança, energia e motivação.

"Ver estas crianças vivas muda o humor das pessoas. As pessoas estão a trabalhar arduamente. Mas, agora, todas sorriem. E ver os britânicos e os tailandeses a trabalharem juntos é a melhor coisa de todas”, disse Yo Sato, de 27 anos, à BBC que trabalha como tradutor para a as autoridades tailandesas.

Os colegas de escola dos desaparecidos também se encontram fora da caverna a mostrar apoio através de canções. "Acredita em Deus. Só a crença pode mover uma montanha" é a letra de uma das músicas que o grupo de amigos canta.

A poucos metros de distância, encontram-se as equipas de resgate, planeando como podem entrar na montanha e trazer o grupo de jovens e o treinador de futebol para um local seguro.

Alguns soldados saem dos quarteis improvisados e ficam de braços dados - formando uma corrente humana - de modo a não deixar os jornalistas passarem, quando são levadas máquinas pesadas, ou quando as equipas médicas ensaiam para um possível resgate.

A comunidade continua a crescer e não pretende sair até que os 12 menores e o treinador de futebol estejam seguros e fora da caverna.

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