China reforça medidas para proteger produção agrícola perante chuvas extremas e secas

As autoridades chinesas reforçaram o dispositivo de resposta aos efeitos adversos das chuvas intensas e ondas de calor sobre as culturas agrícolas em várias regiões do país, numa altura crucial para a colheita de outono.

Lusa /

Desde o início da época das chuvas, zonas do leste e norte da China registaram episódios de precipitação extrema, enquanto províncias como Henan (centro) e Anhui (leste) enfrentam períodos prolongados de seca e temperaturas elevadas.

Esta combinação de fenómenos meteorológicos representa um desafio para os agricultores, sobretudo quando faltam cerca de dois meses para a colheita dos principais cereais de outono, assinalou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua.

Na província de Shaanxi (centro), onde a precipitação ultrapassou recentemente os 100 milímetros em menos de 24 horas, as autoridades locais adotaram medidas preventivas, como a limpeza de canais e o reforço de diques, o que permitiu proteger grande parte das terras cultivadas.

Entretanto, cooperativas agrícolas em Henan afetadas pela seca optaram por sistemas de rega gota a gota e pela aplicação localizada de fertilizantes para conservar a humidade e minimizar as perdas.

As autoridades têm priorizado a reabilitação de infraestruturas hídricas e a divulgação de técnicas de gestão eficiente da água, perante a ausência de precipitação em algumas zonas.

A campanha de outono representa uma componente fundamental da produção anual de cereais da China.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais alertou que as condições meteorológicas nas próximas semanas serão determinantes e apelou a "todos os esforços para proteger a colheita e dar um forte apoio à segurança alimentar do país".

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou em 2023 que, apesar de "1.400 milhões de chineses comerem bem" atualmente, "a questão alimentar não deve ser descuidada", sublinhando que o fornecimento de comida "não é um assunto insignificante".

A China possui menos de 9% da terra arável do planeta, embora represente cerca de 18% da população mundial.

Nos últimos verões, desastres meteorológicos causaram estragos significativos no país: os meses estivais de 2023 foram marcados por inundações em Pequim, que causaram mais de 30 mortos, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremo e secas atingiram o centro e leste da China.

 

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