Bogotá, 19 set (Lusa) - A Colômbia continuou a ser o principal produtor de cocaína do mundo e com mais plantações de coca em 2017, anunciou o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), que divulgou hoje o relatório anual.
As culturas ilícitas de folhas de cocaína aumentaram para 171.000 hectares (mais 17%), face a 2016, quando a superfície total de plantações de coca, da qual a folha é a matéria-prima da cocaína, atingiu 146.000 hectares,
"Quero exprimir a minha profunda preocupação quanto à quantidade de dinheiro que geram as drogas ilegais", declarou o representante na Colômbia da ONUDC, Bo Mathiasen.
A área da Colômbia com mais plantações é em Nariño, no sudoeste, que se estende até à fronteira do Equador, com uma superfície de culturas de coca tão grande como a do Peru, segundo país do mundo em plantações ilícitas.
Os grupos de narcotraficantes e de dissidentes da ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), desarmada e transformada em partido político depois do acordo de paz de 2016, disputam o controlo desta zona estratégica para a exportação de cocaína para os Estados Unidos, primeiro consumidor do mundo.
De acordo com Bo Mathiasen, as regiões fronteiriças do Equador e da Venezuela têm as maiores áreas de narcóticos.
Segundo o relatório, 64% dos aumentos das plantações ilegais foram registados em Antioquia (noroeste), Cauca (oeste), Putumayo (sul) e Norte de Santander (nordeste).
O terceiro país cultivador de coca e produtor de cocaína é a Bolívia, com 24.500 hectares.
O Presidente colombiano, Ivan Duque, no poder desde 07 de agosto, comprometeu-se a eliminar, ao longo dos seus quatro anos de mandato, pelo menos 140.000 hectares de plantações ilegais.