Covid-19. Agência Europeia do Medicamento explicita que cada frasco da vacina Pfizer dá para seis doses

por RTP
Reuters

O comité da Agência Europeia do Medicamento emitiu uma nota dando conta que o organismo recomendou a atualização da informação de produtos da vacina contra a covid-19 da Pfizer, clarificando que tem seis doses.

Uma “dose extra” que até agora em muitos países não estava a ser usada em cada frasco da vacina por não haver indicação clara para o seu uso.

Agora, a Agência Europeia vem dar essas indicações no sentido de que esta dose seja aproveitando, explicitando os procedimentos.

A falta de uma norma da Direção-Geral da Saúde que permita preparar seis doses por cada frasco da vacina da Pfizer já obrigou a desperdiçar uma quantidade que daria para vacinar seis mil portugueses, revelou esta sexta-feira o Expresso.

Segundo o jornal, o desperdício "é generalizado entre os países europeus e deve-se à inércia da Agência Europeia de Medicamentos em aprovar o pedido do primeiro laboratório fornecedor, Pfizer, para que sejam preparadas seis e não cinco doses por frasco".

O pedido de alteração das doses foi entregue ao regulador europeu no dia 30 de dezembro. É agora respondido.

Contudo, o Infarmed encontrou uma solução interna e já autorizou a preparação de seis doses por frasco, um procedimento que ainda não está em prática por falta uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A Agência Europeia do Medicamento explicita agora que, se no fim da aplicação de cinco vacinas a partir de um frasco, não houver a quantidade recomendada para a vacina (0.3ml), então o profissional de saúde deve deitar fora o que resta do frasco. Ou seja, não se pode juntar “restos” de vários frascos para fazer uma dose completa.
Desperdício evitável
O coordenador do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, confirmou a necessidade de haver uma norma para permitir o fim do desperdício de uma dose por frasco, mas garantiu que a orientação "está pronta para ser publicada", em declarações ao Expresso.

Segundo o Expresso, até terça-feira "tinham sido administradas 32 mil vacinas, ou seja, foram abertos seis mil frascos, e de cada um foi deitada fora uma dose".

Segundo escreve o jornal, além do Infarmed, outros reguladores de medicamentos adotaram as novas recomendações da Pfizer e a preparação de seis doses foi logo posta em prática, como aconteceu em Itália, Reino Unido, Suíça, Israel e Estados Unidos.

A vacina da Pfizer foi a primeira a ser autorizada e a chegar a Portugal. A da Moderna, que também implica duas administrações, começa a ser entregue na próxima semana (260 mil unidades até março) e está pronta a usar.

"Vai chegar em embalagens de cinco ou dez unidades (doses) e não requer reconstituição", adianta Francisco Ramos.

Sem o desperdício de uma dose por frasco da vacina da Pfizer, escreve o Expresso, "só em janeiro seria possível proteger 31.900 portugueses, com duas doses, além do planeado".
Em Portugal a campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em 27 de dezembro nos hospitais, abrangendo os profissionais de saúde, e já se estendeu-se aos lares de idosos.

A primeira fase do plano de vacinação, até final de março, abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos.

Nesta fase serão igualmente vacinadas, a partir de fevereiro, pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

A segunda fase arranca a partir de abril e inclui pessoas de idade igual ou superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico.

Na terceira fase será vacinada a restante população, em data a determinar.
As pessoas a vacinar ao longo do ano serão contactadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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