A braços com uma grave crise sanitária, fruto da rápida disseminação do novo coronavírus no país, o máximo responsável da diplomacia iraniana aponta às sanções norte-americanas como um factor que está a impossibilitar o Irão de pôr em marcha uma luta efectiva contra a pandemia de covid-19. Em causa estará, particularmente, a incapacidade de adquirir material médico para os tratamentos.
Num artigo de opinião publicado no jornal russo Kommersant, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, alerta para a impossibilidade de adquirir medicamentos essenciais para os tratamentos.
“O bloqueio ilegal exercido pelas sanções dos Estados Unidos torna impossível o acesso a drogas e equipamentos médicos”, escreve Zarif no artigo publicado no jornal, para alertar que “isso está a conduzir a uma catástrofe humanitária”.
O chefe da diplomacia iraniana sublinha que a campanha de “pressão máxima” que Washington está a levar a cabo contra Teerão mina qualquer esforço do país quer na tentativa de tratar os seus doentes afectados por covid-19, quer no abrandamento da propagação do novo coronavírus.
No artigo que intitulou “Lutem contra o vírus, não contra nós”, entre elogios deixados ao sistema de saúde iraniano, Javad Zarif lamenta a campanha americana que impede relações normais entre o Irão e a banca e que está a levar, numa altura crítica, à recusa de negócio de empresas europeias que estariam em condições de vender equipamento vital a Teerão.
“A comunidade internacional devia agir racionalmente e ajudar o Irão na luta contra o terrorismo económico, médico e farmacêutico”, escreve o ministro iraniano, numa altura em que o seu país é um dos mais afectados pela pandemia do novo coronavírus, com cerca de 41.500 caso e 2750 mortes devido a covid-19 e uma economia a caminhar para o definhamento.