Diretor da OMS responde a Trump. "Somos próximos de todas as nações. Somos daltónicos"

por Alexandre Brito - RTP
Imagem de arquivo do Diretor-geral da OMS Reuters

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde afirmou na tarde de quarta-feira, questionado sobre as críticas do presidente dos EUA, que acusou Tedros de estar centrado na China e de ter reagido tarde a esta pandemia, que a OMS é "próxima de todas as nações. Somos daltónicos".

Numa recente conferência de imprensa, Donald Trump chegou a ameaçar acabar com as contribuições dos EUA para a OMS.

Questionado sobre as críticas de que foi alvo, o responsável máximo pela OMS saiu em defesa da Organização que lidera. "O meu conselho", disse, "três coisas. Por favor, unidade ao nível nacional, sem usarem a Covid para questões políticas. Segundo, solidariedade honesta ao nível global. Depois liderança honesta dos EUA e da China".

"Apelamos aos líderes mundias para que não politizem o vírus", acrescentou.

Já hoje, responsáveis da OMS tinham saído em defesa do trabalho da organização contrariando a ideia de que têm estado centrados na China. E alertaram que esta fase severa da pandemia não é o melhor momento para se falar sobre cortes no financiamento. 

Trump, que começou por desvalorizar o impacto no país deste vírus, vê-se agora confrontado com uma situação complicada. É já o país com o maior número de casos de pessoas infetadas e será também certamente em breve o país com o maior número de vítimas mortais, olhando para a evolução dos últimos dias. 

E se no início até falava em ter o país a funcionar normalmente pela época da Páscoa, veio agora lançar duras críticas à OMS pela forma como lidou com esta pandemia. 
Quais os países que mais contribuem para a OMS?

Apesar de num primeiro momento ter ameaçado cortar no financiamento à Organização Mundial de Saúde, Trump veio mais tarde afirmar que seria algo a avaliar, mas que não já.

De qualquer forma, será importante verificar quais os países que mais contribuem para a OMS.

De acordo com a revista Forbes, há dois tipos de contribuições. As diretas, pagas pelos países que querem pertencer à OMS e que é calculada em relação à riqueza e à população. 

Numa proposta de revisão em fevereiro, a administração Trump pediu uma redução das contribuições financeiras diretas dos EUA de 122.6 milhões para 57.9 milhões. Mesmo assim, um valor substancialmente superior ao segundo país que mais contribui, que é a China, com 28.6 milhões. Logo de seguida está o Japão - 20.5 milhões.

Além destas contribuições diretas há ainda valores pagos de forma voluntária. Por exemplo, olhando para o site da própria OMS, é possível verificar que a Fundação de Bill Gates é, logo a seguir aos EUA, quem mais contribui de forma voluntária.

É preciso ainda referir que, de acordo com o Departamento de Estado norte-americano, os EUA pagaram no total, em 2019, 400 milhões de dólares à OMS.
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