Donald Trump cancela voto da lei contra Obamacare por falta de maioria

por RTP
Carlos Barria - Reuters

Donald Trump e Paul Ryan não conseguiram reunir uma maioria de 216 votos para aprovar o substituto do Obamacare. Divisões no seio da maioria impediram o Presidente de reunir consenso em torno do Trumpcare. Os republicanos desistiram e a proposta foi retirada. A reforma de saúde de Barack Obama continuará em vigor.

A votação da reforma de saúde foi cancelada perante os receios de que não seria aprovada pela maioria republicana da Câmara dos Representantes.

Um grupo de deputados radicais do Partido Republicano, apontados como herdeiros do movimento Tea Party, não aprova as mudanças por as considerar demasiado leves e manteve a intenção de votar contra. Alguns republicanos mais moderados também não apoiavam a mudança, mas pelos motivos opostos, temendo que muitos norte-americanos perdessem acesso ao seguro de saúde.

Perante a forte possibilidade de a reforma anti-Obamacare ser chumbada na Câmara dos Representantes, o Presidente norte-americano pediu ao líder republicano Paul Ryan para que retirasse a proposta.
Ultimato não resultou
Incapaz de reunir o apoio do próprio partido, Donald Trump tinha feito um ultimato aos republicanos, exigindo-lhes que aprovassem a nova lei de cuidados de saúde até esta sexta-feira. Caso contrário, o Obamacare continuaria em vigor.

O Presidente Donald Trump tentou pessoalmente ultrapassar o bloqueio, tendo se mesmo deslocado ao Congresso e contactado telefonicamente deputados republicanos que estavam contra a reforma.

O últimato não resultou e o diploma foi agora retirado. O cancelamento da votação apresenta-se com uma nova derrota de Donald Trump. O líder norte-americano tinha feito do fim do Obamacare uma prioridade da sua Presidência.

Apesar da incapacidade em reunir consenso junto da maioria republicana, Donald Trump colocou as culpas pelo fracasso nos democratas. O Presidente diz que não apresentará nova proposta e que ficará à espera da “implosão” do Obamacare.

“Conheço alguns democratas e eles são boas pessoas. Acredito mesmo que os democratas virão ter connosco e nos dirão: vamos juntar-nos e criar uma grande lei de cuidados de saúde para as pessoas do nosso país. Acho que isto vai acontecer”, afirmou o Presidente aos jornalistas.

O Presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, garantiu que tudo foi feito para que os republicanos chegassem a um consenso. Não foi, no entanto, suficiente para conseguir os 216 votos que permitiriam aprovar o diploma.

O líder republicano indicou que o Obamacare continuará em vigor no futuro próximo. Cai assim por terra uma das mais repetidas promessas de Donald Trump e que era um desejo republicano desde que Barack Obama conseguiu ver a sua reforma de saúde aprovada.
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