Duterte chama "idiota" ao alto-comissário da ONU que pediu que o investigassem por homicídio

por Lusa

Baguecoque, 23 dez (Lusa) -- O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, chamou idiota ao alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos que esta semana pediu a abertura de uma investigação pelos homicídios que ele próprio disse ter cometido nos anos 1980.

Duterte garantiu na semana passada que ajudou a polícia a matar três alegados delinquentes, acusados de violar e assassinar uma missionária australiana em Davao, quando era autarca desta cidade no sul do arquipélago filipino.

Os seus comentários aumentaram a controvérsia em torno do dirigente, que tem sido alvo de críticas pela violenta campanha contra a droga, iniciada desde que tomou posse em junho e que desde então causou cerca de 6.100 mortos.

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra`ad Al Husein, reagiu na terça-feira às palavras de Duterte, instando as autoridades judiciais das Filipinas a abrirem uma investigação por homicídio.

O pedido do alto-comissário provocou a resposta de Duterte, que negou ao pessoal da ONU o direito a criticá-lo.

"Quem te dá o direito de... não conheces a lei internacional. Apoiamos a ONU com as nossas contribuições, estúpido, e pago-te o salário", disse Duterte num evento com voluntários da campanha antidroga, segundo a estação ABS-CBN.

"Não me fales como se fosse teu empregado. Sou Estado-membro, um Estado soberano, então cala-te porque és curto em inteligência", acrescentou.

Nas suas críticas, Duterte disse ainda que o alto-comissário "era apenas um funcionário de um escritório" financiado pelos "bolsos dos Estados-membros".

"Não tens autoridade para ... te pavoneares por aí como se fosses soberano, idiota!", concluiu Duterte.

Duterte, de 71 anos, ganhou as eleições presidenciais de 09 de maio com a promessa de limpar as Filipinas do narcotráfico em seis meses, e iniciou o seu mandato único de seis anos a 30 de junho.

Apesar das críticas de organizações como a ONU, e dos 6.100 mortos na campanha contra as drogas, Duterte mantém um apoio maioritário entre os filipinos (63%) nas mais recentes sondagens.

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