Elon Musk lança o "Partido América" e agrava tensão com Trump

O empresário Elon Musk anunciou este fim de semana a criação do "America Party", uma nova força política pró-tecnologia que promete desafiar o sistema bipartidário dos Estados Unidos.

RTP /
Foto: Evelyn Hockstein - Reuters

Num comunicado divulgado na rede social X, propriedade do próprio Musk, o empresário afirmou que o novo partido surge como alternativa ao "partido único Democrata-Republicano".

Inspirando-se na estratégia militar do general tebano Epaminondas, Musk disse querer usar "força extremamente concentrada em pontos precisos" para romper o duopólio político norte-americano.
"Hoje, o Partido América foi formado para vos devolver a liberdade", escreveu Musk no sábado, depois de publicar uma sondagem no X que mostrou 65% de apoio à iniciativa.
O empresário também partilhou as prioridades do novo partido. Entre elas estão a redução da dívida pública, a modernização das Forças Armadas com inteligência artificial e robótica, menos regulamentação no setor energético e políticas de apoio à natalidade.

Rivalidade com Trump sobe de tom

A fundação do novo partido surge após semanas de tensão entre Musk e Trump. Os dois antigos aliados romperam publicamente depois de divergências sobre o pacote orçamental recentemente aprovado pela administração Trump.
No domingo, Trump reagiu duramente à iniciativa de Musk, criticando o projeto como "ridículo".

"Terceiros nunca funcionaram, então no máximo ele pode se divertir com isto", declarou o presidente em conferência de imprensa, acrescentando que os EUA "sempre foram um sistema bipartidário".Trump aproveitou ainda para divulgar que o seu novo orçamento elimina subsídios a veículos elétricos, uma medida que afeta diretamente a Tesla.

"É triste ver Elon Musk sair completamente dos trilhos", escreveu Trump na sua rede social Truth.
Investidores da Tesla inquietos

O anúncio político provocou novos receios entre os investidores da Tesla, preocupados com o tempo e a atenção que Musk vai dedicar ao projeto.
"A Tesla precisa de Musk como CEO, e não de o ver seguir o caminho político mais uma vez, sobretudo entrando em conflito com Trump", escreveu Ives numa nota a investidores.



Esta segunda-feira, as ações da fabricante de veículos elétricos caíram mais de três por cento em Frankfurt, apontando para nova pressão nos mercados norte-americanos após o feriado prolongado do Dia da Independência.

O analista Dan Ives, da Wedbush, classificou Musk como o "maior ativo da Tesla" e alertou que a entrada mais profunda do empresário na política poderá continuar a penalizar o valor da empresa.



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