Os Estados Unidos impuseram sanções ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, em retaliação pelo mandado de detenção contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.
O Departamento do Tesouro dos EUA indicou no seu portal na Internet que "atualizou a sua lista de cidadãos especialmente designados e pessoas bloqueadas", à qual acrescentou o britânico Karim Khan.
As sanções incluem o congelamento de bens e ativos, bem como a suspensão da entrada nos Estados Unidos de altos funcionários e pessoal do TPI, incluindo os seus familiares diretos.
As sanções serão impostas especificamente a qualquer pessoa que tenha participado em "qualquer esforço do TPI para investigar, deter, prender ou processar uma pessoa protegida sem o consentimento do país de nacionalidade dessa pessoa", refere a ordem.
Em 6 de fevereiro, o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva a impor sanções ao TPI, que acusou de tomar medidas ilegais e sem fundamento contra os Estados Unidos e Israel, aliado de Washington.Medidas previstas
A ordem executiva de Trump proibia a entrada no território dos Estados Unidos de dirigentes, funcionários e agentes do TPI e familiares mais próximos e de qualquer pessoa que se considere ter ajudado o trabalho de investigação do tribunal.
Estava igualmente previsto o congelamento de todos os bens detidos nos Estados Unidos pelas mesmas pessoas.
Os nomes dos visados não foram divulgados na altura, cabendo aos departamentos do Tesouro e de Estado determinar as pessoas e organizações objeto de sanções.
Horas depois do anúncio de Trump, o TPI apelou aos Estados-membros para se oporem às sanções, afirmando que são uma tentativa de prejudicar o trabalho independente e imparcial do tribunal.
Os Estados Unidos e Israel não integram a lista de 125 Estados do TPI, de que fazem parte 33 países de África, 19 da Ásia-Pacífico, 20 da Europa de Leste, 28 da América Latina e Caraíbas, e 25 da Europa Ocidental, incluindo Portugal.