Furacão Ian provocou mais de 80 mortos nos EUA. Aumentam as críticas à resposta

por Cristina Sambado - RTP
Cristobal Herrera- EPA

O número de mortes causadas pela passagem do furacão Ian pelos Estados da Florida, Carolina do Norte e Carolina do Sul chegou a 85. A recuperação deve custar milhares de milhões de dólares e alguns responsáveis enfrentam críticas sobre a resposta à tempestade.

Pelo menos 85 mortes já foram confirmadas desde que o Ian chegou à costa do Golfo da Florida, na quarta-feira, como furacão de categoria 4, com ventos máximos de 240 quilómetros por hora.

Espera-se que o número de mortos aumente à medida que as equipas de buscas cheguem a áreas mais isoladas.
O Estado da Florida foi o que registou o maior número de óbitos. As autoridades da Carolina do Norte revelaram que quatro pessoas morreram. Para já, não há registo de vítimas mortais na Carolina do Sul.
Segundo a CNN, que cita as autoridades locais, "além das 42 mortes no condado de Lee, o furacão Ian também contribuiu para as mortes de 12 pessoas em Charlotte, oito em Collier, cinco no condado de Volusia, três em Sarasota, duas no condado de Manatee e uma em Polk".

Centenas de pessoas já foram resgatadas. As buscas prosseguem em casas e edifícios que ficaram inundados.

Os responsáveis do Condado de Lee, que inclui Fort Myers e Cape Coral, enfrentam várias críticas sobre a demora a ordenar as evacuações de várias localidades.


As primeiras ordens de evacuações obrigatórias em Lee foram dadas na terça-feira, 24 horas antes de o furacão Ian atingir o Estado da Florida e um dia depois de outros condados vizinhos emitirem as ordens.

Segundo o governador do Estado da Florida, Ron DeSantis, “mais de 1.600 pessoas foram resgatas em partes do sudoeste e centro do Estado, desde a semana passada”.

Joe Biden e Jill Biden deslocam-se na próxima quarta-feira à Florida para constatar in loco a devastação provocada pelo furacão Ian.
Lara Lopes - RTP

Esta segunda-feira, o presidente e a primeira-dama deslocam-se a Porto Rico, onde centenas de milhares de pessoas estão sem energia, duas semanas depois de o furacão Fiona ter atingido a ilha. Cuba ainda está a tentar restaurar a energia depois do Ian ter deixado 11 milhões de casas sem eletricidade e ter destruído casas e campos agrícolas.

Imagens de satélite da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) mostram várias casas de praia e um motel na ilha de Sanibel, no Estado da Florida, destruídos.

As imagens mostram ainda que a ilha barreira, uma zona turística que albergava seis mil pessoas, ficou arrasada.


“Desapareceu tudo. O nosso sistema elétrico está destruído, o sistema de esgotos ficou danificado e o abastecimento de água potável está a ser analisado”, afirmou ao Guardian, Dana de Souza, o mayor da cidade de Sanibel.

A ligação terrestre entre a ilha e o continente foi cortada devido a estragos na ponte, “complicando ainda mais os esforços de recuperação”, acrescentou Dana de Souza.

Mais de 700 mil empresas e casas ficaram sem eletricidade na Florida.

As seguradoras preparam entre 28 mil a 47 milhões de dólares em pedidos de indeminização. O Ian pode tornar-se a tempestade mais cara da Florida desde o furacão Andrew em 1992.

Na Carolina do Sul, o Ian provocou estragos em Georgetown e a norte da histórica cidade portuária de Charleston. Várias estradas ficaram inundadas e bloqueadas pela queda de árvores. Vários molhes ficaram também danificados.
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